Um blog sobre coisa alguma.

23.4.07

Liberdade de imprensa

A internet e a velocidade da informação que temos atualmente nos traz vários pensamentos, como a facilidade da divisão da informação, não termos só um emissor e outras porras dessas. O que me preocupa é outra coisa: a falta de motivo pra se ter uma notícia.
Quem lê sites de informação e conteúdo (nome bonito pra notícias) sabe que a cada 10 minutos é necessário ter uma notícia nova. E nem sempre existem notícias e divulgações interessantes em tão pouco tempo. O jeito é arrumar notícia, seja lá de onde for, sobre o que ou quem for, só pra não deixar o site vazio.

Só hoje foi possível coletar 3 pérolas da inutilidade jornalística, motivo de tristeza entre a raça de jornalistas que precisa desse tipo de notícia pra viver:


Terra: 10 formas originasi de declarar seu amor
http://mulher.terra.com.br/


Uol: Gisele vende casa de 4 milhões de dólares e vai para Nova York
http://celebridades.uol.com.br/ultnot/2007/04/22/ult26u23954.jhtm

IG: Metade dos casais britânicos separados usaram detetives particulares para seguirem cônjuges
http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2007/04/23/metade_de_casais_britanicos_separados_usaram_detetives_761646.html

E viva a liberdade de imprensa.

17.4.07

Conto: O dinossauro e a Baleia

Jonas morava sozinho. Ninguém moraria com ele. Jonas andava nu. E se esfregava nos móveis. Que não se mexem naquela casa, mas ainda se chamam móveis. Ele não gosta de música e não gosta muito de gente. Gosta de trabalhar, mas não gostam do trabalho dele. Gente não gosta muito de Jonas também. Ele tentou ter uma família, mas foi um fracasso. Tentou ter uma namorada, mas também não deu certo. Com um namorado foi a mesma coisa. Não havia nada de errado com Jonas. Ele mesmo não se importava com isso. E todo mundo se importava mais do que ele. Hoje as pessoas precisam ser todas iguais. E até quando elas dizem por aí que são diferentes, é possível achar um grupo enorme de pessoas diferentes todas iguais. A diferença de Jonas é ser como ele é e tentar se adaptar ao que esperam que ele seja. “Você precisa de uma namorada” dizia o porteiro careca, “você não tem amigos” dizia a vó (a velha já morreu), “você precisa trepar” dizia Jonas a ele mesmo. Mas quando ele tentou com uma puta, não conseguiu. Pagou, ela saiu e ele ficou sozinho de novo. Tentou com um travesti, mas o problema não era o sexo, era o sexo.
Jonas queria uma boneca inflável, mas em sua tentativa de se adaptar à sociedade não podia comprar. Ele dava um jeito com bóias de piscina. Ele mesmo inflava, pra deixar a maciez correta que se ajustava a seu corpo e dava o prazer que ele precisava. Quando enjoava do golfinho, comia a foca. Se a foca furava, ele dava um jeito com o tartarugão. E quando estava muito a fim, juntava todo mundo numa suruba plástica que daria inveja a qualquer padre. Na última ele estourou o cavalo marinho, mas valeu a pena. Dormiu em êxtase. Quando ele acordou, o dinossauro ainda estava lá. E a baleia também. Com cara de quero-mais.

3.4.07

série: propagandas que eu gostaria de ver nas revistas.




Simplesmente com a assinautra:

4/4
Uma homenagem da Nestlé ao dia do Parkinsoniano.











Pensamento do dia: Passarinho que come pedra sabe o cu que tem.