tag:blogger.com,1999:blog-69083881267801481122024-03-05T04:22:59.639-03:00Ninguém quer saber o que eu penso sobre o mundo.Um blog sobre coisa alguma.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.comBlogger50125tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-2894828574484631252009-03-27T00:29:00.000-03:002009-03-27T00:32:49.070-03:00SegredosEm casa nunca havia muito espaço para conversas. Entre a fala e a ação, a segunda predominava com certa violência. Isso não fez dela um monstro ou uma aberração, mas deixou algumas sequelas no comportamento. Pelo menos era o que parecia nos bilhetes escolares e conversas dos colegas.<br />A família seguia um discurso pronto, desses que podem ser repetidos em qualquer situação, uma espécie de auto-ajuda pré-fabricada que se espalhava pela mesa do jantar sempre que algum assunto relevante precisava ser discutido. A família se bastava em si. Eles se protegiam tanto que faziam com que ela se sentisse mais insegura. Escondia suas diferenças numa caixinha, escondida dentro do armário, que só foi descoberta na hora de desocupar o quarto para o inquilino.<br />Nela, escondida entre as calcinhas de renda e as meia-calças, um bilhete.<br />"Querido pai: você me perguntou recentemente por que eu afirmo ter medo de você. Afirmo que não o tenho. Mas tenho medo de mim e de tudo que sinto e não controlo. Guardo esta carta e tudo que desejo nesta caixa. Minha vontade era me despir do meu pudor e vestir o restante. Mas você não me perdoaria. E talvez não se perdoasse também.”<br />O pai entendeu aquelas palavras melhor do que se podia imaginar.<br />Talvez dividisse o desejo com a filha ou fosse só seu ego inchando e atrapalhando o entendimento de tudo que acontecia.<br />A mãe nunca chegou a saber da caixa. Nem de seu conteúdo.<br />Continuou guardada, como era o desejo da menina, escondida dentro do armário, que agora estava no quarto de sua irmã.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-87186985661944421232009-01-26T13:08:00.000-03:002009-01-26T13:09:50.296-03:00Conto: Uma moça.Sentou ao seu lado no ônibus e abriu um livro de capa marrom. Ele se esforçou para ver o nome mas não conseguiu. Sentiu-se estranho de dividir com uma desconhecida um momento tão único. Ela lia. E para ele, ler um livro era entrar em uma história por completo. Ia se esquivando de cada página para não ser garupa daquele conto. Ela lia. Por uns momentos teve um pouco de dó ao ver que ela se emocionava com as palavras. Pensou na moça, no ônibus velho, no livro surrado, talvez emprestado. Ela lia. E tudo para que a moça, bonita a moça, pudesse ter histórias boas pra contar. Devia trabalhar em alguma das casa da região. Era bonita a moça para andar sozinha, ainda pensou. Ia descer. Não queria atrapalhar. Ela lia.Emocionada. Ele queria pedir licença. Era bem bonita a moça. Sem querer desabou seus olhos no decote. Ele olhava. Ela não notava ou não se importava. Na cabeça dele passavam mais histórias que naquele livro. Histórias que ela nunca poderia ler. Que jamais seriam escritas. Nem vividas. O ponto estava chegando. E o balanço do ônibus o fazia esquecer disso constantemente.Levantou, a olhou de cima, ela concentrada não olhou de volta. Não precisava, não eram seus olhos que ele buscava. Encostou a mão em seu ombro. Não sentiu nada. Nem ela. Apenas olhou para ele e para fora. Também desceria. Levantou e saiu. Ele atrás. Andou depressa na frente e entrou em uma das casas. O letreiro piscava. Ela guardou o livro. Ele entrou também. Algumas das suas histórias iam sair do papel.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-79965994416334876002008-11-04T14:10:00.000-03:002008-11-04T14:11:03.547-03:00Contos em até 140 caracteres.De manhã, dormindo na areia e com o sol na cara, dava pra ver que ela não era tão jovem quanto havia falado. Envelheceu 10 anos ali no sol.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-84287670730486083042008-10-16T17:15:00.002-03:002008-10-16T17:17:47.493-03:00Conto: PeitosQuando ela sentou no ônibus, reparou na menina que estava à sua frente. Não mais que 5 anos, quase 60 a menos que a mulher ao lado dela.<br />Falava pouco a criança, e quase dormia a senhora, quando entrou a moça do decote. Poderia se dizer generoso, se mostrar aquilo aos outros fosse bondade. E não era de agradar a muitos, embora estivesse bem exposto.<br />A menina olhou, sem piscar.<br />Vó, quando eu vou ter peitos assim? perguntou pra senhora, que assustou.<br />Mas por que você quer um desses, menina?<br />Ah vó, disse ela meio envergonhada, é bonito.<br />A vó não deu mais ouvidos. No banco de trás ela riu e também não ligou.<br />Entre a inveja e o desejo precoces, as duas preferiram ignorar.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-71683013234771840362008-10-06T19:01:00.002-03:002008-10-06T19:11:55.659-03:00Conto - A fraseExistem frases que fazem a gente pensar, que mudam a nossa forma de ver as coisas ou simplesmente deixam claro que ali, naquele momento, a casa caiu.<br />Como John Lenno quando disse 'o sonho acabou' ou Monica Lewinsky quando gritou, desconfortável, 'na boca não, Bill'.<br />No cu, Roberto, no cu.<br />Roberto nunca havia ouvido aquilo. 26 anos. Nunca ouviu. Um esporro que ele levava pela primeira vez. Não na empresa, na vida. Classe média, quase alta, filho único, nunca tinha ouvido um não. Muito menos um No cu. Principalmente da mãe, que não era mulher de contrariá-lo, muito menos com esse linguajar. Pra ela, era coisa pra falar com filho que não sabe quem é o pai. E ele sabia. Trabalhava pro pai todo dia.<br />Deve ser por isso que nunca ouvira um No cu antes. Foi pesado, mas se sentia orgulhoso. Voltou pra casa pensando no significado ddaquilo. Ignorou o nome e se concentrou na frase. No cu. Curta, direta, perfeita. Era o que ele mesmo estava sentindo, mas foi quem ouviu. Sonhava ter dito, mas se vangloriava só por ter dado motivo para aquilo ecoar no corredor. No cu, Roberto. Tira o nome. No cu. Duas palavras. Um resumo. Em+o + cu. Preposição + artigo + substantivo comum.<br />Comum pra língua, porque o do Roberto era muito próprio. Duas palavars que diziam tanto. 4 letras. Sem repetição. Uma construçãoo de fazer parnasiano jogar a toalha. E o vocativo, no final, pra dar ênfase do cu de quem devia ser sofrida a ação da frase. No cu, Roberto. Lembrava. REpetia no final, com menos força. NO CU, ROBERTO, no cu. Suave. Tão suave para falar quanto para ouvir. Nenhum verbo. Nenhuma ação descrita. Nem precisava. Uma frase quase bíblica, com a repetição dando um tom professoral. Em verdade, em verdade vos digo: No cu, Roberto, no cu. Viu Jesus, na Cruz, repetindo para o Ladrão da tortura ao lado: No cu, ladrão, no cu. Fez um passeio pelas grandes personalidades que deviam ter usado a frase. Hitler deve ter dito em um discurso qualquer No cu, judeuzada. Churchill bradou de volta, No cu, ariano. Madre Teresa, Ghandi, Elvis, Mandela, No cu, Roberto. Sem o nome. No cu. Imaginou o nome que devia ter pra combinar melhor com aquilo. Não dormiu. A sensação de poder em uma frase. No cu. Nem sua mulher escapou. No cu, Marisa. Passou uns dias ainda repetindo a frase que julgava perfeita: No cu, Nestor. O nome perfeito. Nunca tinha ouvido aquilo. Nunca.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-80871584372299706732008-10-03T18:09:00.001-03:002008-10-03T18:13:40.539-03:00Conto - No escritório- Ela trabalha no escritório como se fosse uma vagabunda, Waldir, falo-te a verdade, meu amigo.<br />- Não zombes de mulher dos outros, Loiola. Por mais talentoso que sejas com as pequenas.<br />- Pois aposto que não é virgem!<br />- Abandonara o marido?<br />- Não Waldir, claro que não. Pois não te disse? Vai ao escritório com decotes de enrubrecer o mais cafajeste dos cafetões. E umas saias, meu amigo, e umas saias.... tão curtas que poriam o Papa em pecado.<br />- E o que fazes?<br />- Olho. E como olho. Mas só posso olhar. Sou casado, Waldir. Sabes que respeito minha mulher.<br />- És casado mas não és de ferro, homem. Sua mulher não saberás, Loiola. Está trancada naquela baleia há anos, não quer saber de teu trabalho.<br />- E como posso dizer à pequena que o meu interesse é simplesmente esse? Não levarás dois dias para azucrinar-me a vida e tirar-me a paciência.<br />- Mas vale a pena, Loiola. Ouça o que te digo: Mais vale um abraços de coxas novas que a eternidade entre a carne velha.<br />- Vou embora Waldir. Resolverei esse assunto com a pequena. Esqueça nossa conversa, amigo.<br />- Vai, aposto que não resistirás muito, teu corpo de homem sobrepujará tua cabeça de padre.<br /><br />Loiola passa a noite em claro, pensando no que acabara de conversar. A mulher dormia quando ele chegou. Não possuía filhos. Na verdade não possuía nem mesmo a mulher havia alguns anos.<br /><br />- O Waldir deve ter razão. Ela não vai desconfiar. Está aqui dentro há anos, mal sabe o que faço. E não quer saber. Eu ainda estou vivo, porra. E não será ela a matar o que há em mim pulsando. Ah, essa pequena não perde por esperar. Ficou tanto tempo esperando, agora vai ter o que merece. Ah se vai.<br /><br />No dia seguinte, foi ao escritório. Perfumado, alisado, alinhado e engomado pra brincar com Juraci. Ela chegou como sempre, decotada, cheirosa, cheia de graça e com uma saia curta. Loiola olhou-a com desejo, no que foi prontamente retribuído. – Pois aposto que não é virgem – pensou. Ela se abaixava para pegar os documentos na gaveta, deixando os seios à mostra. Ele passava por trás dela roçando em suas costas e ela suspirava.<br /><br />– Mas que bela raba! - exclamou.<br /><br />Ela olhou assustada.<br /><br />- Espere, senhor Loiola. O senhor está me entendendo mal.<br /><br />Ele cortou logo aquele papinho frouxo, rasgando seu vestido e colocando as mãos firmemente em suas nádegas. Excitava-se com os gritos e a força daquela mulher.<br />Há muito tempo não sentia aquele prazer. Juraci tentava se livrar, mas ele tentava entrar de qualquer forma.<br />- Você é uma puta. Uma puta, sim. Uma vagabunda como você não se assusta com o que tenho entre as pernas, não é?<br />Virando-se para ele, Juraci respondeu:<br />- Não, Senhor Loiola. É até menor do que o meu.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-307497919293623572008-10-03T16:36:00.002-03:002008-10-03T16:48:04.255-03:00Conto - TremDesceu do trem para ir para casa. Ele desceu por outra porta. No caminho para a escada ela o viu. Ele olhou, mas disfarçou. Se encontrariam. Ela pensou em esperar para que ele subisse a escada na frente, mas foi ele quem atrasou o passo.<br />Dois degraus. 'Me deixou passar para me olhar por trás (dois degraus)ou pra não me dar chance (dois degraus) de olhar pra ele de novo?' Dois degraus. 'Foda-se. (dois degraus) Não teria como pagar mesmo.'Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-59348860530951243742008-10-02T17:27:00.001-03:002008-10-02T17:28:52.923-03:00Contos - Gustavinho do Papai.Gustavinho, do papai.<br /><br /><br />Aos 12 anos Gustavo foi levado pelo pai a um puteiro. Seu pai não admitia a idéia de ter um filho homossexual e queria “mostrar logo o gosto da fruta pro menino se apegar a ela de pequeno”. Gustavo foi. E gostou, embora não soubesse o que estava acontecendo.<br />A formação básica de Gustavo partia de seu pai. Era um homem sábio, de frases profundas, curtas e raras. Com elas Gustavo aprendeu sobre a vida e passou a pensar com as próprias pernas. Aos 15, viajou com o pai e conheceu Mimi. Menininha da roça, com sardinhas no rosto e tranças no cabelo. Peituda, branquela e virgem, definiu o pai. Gustavo se interessou em saber mais sobre a criaturinha. Conversaram, caminharam, olharam para o horizonte juntos. No fim da noite voltaram para suas casas esperando o dia seguinte. Ao amanhecer, Gustavo encontrou Mimi novamente. Na cama de seu pai.<br />Não demorou muito pra perceber o que se passava e ver sua inocência escorrer junto ao sangue do lençol.<br />“Trepada perdida, nunca recuperada”. Assim explicou o pai. Assim entendeu Gustavo. Ele nunca recuperou a da Mimi. Se não comia um pedaço de hambúrger que seu pai lhe oferecia, imagine a moça.<br />Ela voltou pra casa, eles pra cidade. Nunca mais se viram. Ali ele finalmente entendeu que a vida não passava de uma grande orgia para a qual algumas pessoas são convidadas e outras não. Ele não queria ficar de fora. Tratou logo de arrumar seu convite. Era o orgulho de seu pai. Dia após dia, ao acordar, o pai, com um sorriso nos lábios, surpreendia menininhas semi-nuas correndo envergonhadas do quarto de Gustavo. O lençol sujo indicava o surgimento de mais uma mulher. Quando não eram as meninas do condomínio eram meninas da rua que cobravam barato.<br />A vida de Gustavo era boa. Trabalhava no banco e se divertia na cama.<br />Era quase uma religião, embora fosse excessivamente cético. Mas na sua própria igreja, rezava todos os dias.<br />Gustavo era o melhor funcionário do banco onde trabalhava. Dedicado, esforçado, inteligente, não parava. Sua motivação era uma só: dinheiro. Dinheiro com o qual ele comprou um colchão de água, um espelho para o teto, um home theater, uma banheira de hidromassagem e alguns brinquedinhos. E trabalhava, mais e mais. E desenvolvia soluções em qualquer coisa que pedissem. E todos sabiam que ele seria o presidente do banco um dia. Inclusive as estagiárias, que não cansavam de freqüentar o colchão d´água de Gustavo em busca de promoções. Promoção, na vida de Gustavo, é dar duas pagando só uma.<br />Gustavo morreu cedo. Bateu seu Miura conversível enquanto ganhava um presente de uma escriturária gorda do banco.<br />Não se sabe até hoje se ele foi o único a entender o verdadeiro sentido da vida ou se ele nunca entendeu nada sobre nada. “Trabalho é pra trepar”, dizia ele. “Um homem trabalha para ganhar dinheiro e trocar por putaria. Não fosse por isso, não haveria tanta clínica estética.”<br />Gustavo era quem sabia o quanto a vida compensava.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-24452851074016342672008-08-12T17:01:00.001-03:002008-08-12T17:02:44.875-03:00Roteiros de filmes que jamais serão filmados.Nome do filme: Legumináceas<br /><br />Sinopse:<br />Começa com um cara vestido de quitandeiro (pode ser uma mulher)vocês imaginem movimentos normais e stop mtion misturados, na hora que vocês quiserem, ja que isso é um esboço de uma idéia ruim.<br /><br /><br />A narração seria a seguinte<br /><br />Esse é oswaldo. Oswaldo é um Hortifrutigranjeiro.<br />Hortifrutigranjeitro é uma palavra que tem origem em outras três palavras. Horti, que vem de horta, que é a plantação de verduras e legumes<br />Fruti, que vem de fruta e é a plantação de frutas.<br />Granjeiro, que vem de granja e é a plantação de galinhas.<br /><br />(muda para outro homem)<br /><br />Esse é o Waldir.<br />Waldir é um pecuarista.<br />Pecuarista é uma pessoa que cria vacas, ovelhas e cabritas. (nesse momento aparecem em stop motion as representações dos animais: uma peça de carne para vacas, um blusa de lã para ovelhas e um pote de nescau cereal para cabras)<br /><br />(voltamos para a primeira pessoa)<br /><br />Granjeiros criam frangos, que são animais, portanto, poderiam ser considerados, como vacas, ovelhas e cabritas, parte da pecuária. (mostra frango e depois carne, blusa e nescau cereal (doravante chamado NC) Porém, granjeiros estão alocados junto aos hortifruti. Provavelmente por terem considerado uma galinha mais parecida com os vegetais (mostrar um frango e um repolho lado a lado, de cor parecida e formato parecido) do que com vacas, ovelhas e cabritas. (não preciso repetir que mostra a carne, a blusa e NC, né?).<br /><br />Existem muitas semelhanças entre hortifrutigranjeiros como oswaldo e pecuaristas como waldir.<br />A primeira é que os dois possuem filhos.<br />Oswaldinho e waldirzinho. Eles também são parecidos. Oswaldinho não gosta de legumes e verduras, nem waldirzinho, nem nenhum dos seus amiguinhos. mas eles gostam muito de hambúrger, quando feitos com carne de vacas, ovelhas, cabritas e, até, galinhas.<br />O pai de oswaldinho não é querido pelos seus amiguinhos pois ele, apesar de se encontrar na categoria de hortifrutigranjeiro, não é um granjeiro, sendo, na cabeça simplista das crianças, apenas um hortifruti, pendendo mais pro lado do horti do que do fruti.<br />Já waldir é um herói, principalmente quando conta a todos que os hambúrgeres de que todos gostam, são feitos com suas vacas. Um dia, essas crianças aprenderão que vegetais e frutas também são gostosos e fazem bem para saúde e, como 0,003% das pessoas adultas são vegetarianas, isso acometerá, por exemplo, Waldirzinho.<br />Vegetarianos são pessoas que não comem carne. Por isso eles não gostam de pecuaristas. E adoram hortifrutigranjeiros, com exceção dos granjeiros.<br />Essa é uma diferença entre pecuaristas e hortifrutigranjeiros.<br /><br />Hortifrutigranjeiros e pecuaristas possuem mais algumas coisas em comum.<br />Ambos cuidam de seres vivos.<br />Vegetais são seres vivos como os animais.<br />O que faz com que eles sejam seres vivos?<br />Capacidade de crescerem e se multiplicarem.<br />Quando uma fruta deixa sua semente no chão e dessa semente surge uma árvore e novos frutos, ela cresceu. Quando um boi planta uma sementinha em uma vaca e dessa semente surge um bezerro, ele cresceu. Por isso são seres vivos.<br />Mas há uma diferença entre vegetais e animais.<br />Vegetais não caminham. (Cena de Oswaldinho jogando uma maçã no chão e ela ficando parada)<br />Já os animais caminham muito, principalmente as vacas, ovelhas e cabritas (mostra stop motion das coisas andando sobre a mesa).<br /><br />Outra diferença entre os animais e os vegetais é que os animais conseguem falar e os vegetais não.<br />Uma banana não fala. (mostra alguém cortando a banana)<br />Uma vaca fala. (mostra alguém cortando bife e som de MUUUU)<br /><br />Waldirzinho é um ser vivo, como uma vaca, uma ovelha, uma cabrita e qualquer hortifrutigranjeiro. Por isso cresceu. Uma característica dos seres vivos é crescer e mudar. Uma banana pequena é diferente de uma banana grande. uma ovelha pequena é diferente de uma ovelha grande. Waldirzinho pequeno é diferente de Waldirzinho grande.<br />Uma característica que os seres humanos, como Waldirzinho, têm e que não se encontram nos demais seres vivos é a opinião. Uma vaca não opina. Um ser humano opina.<br />Ao crescer, a vaca, que não opina, mantém sua falta de opinião. Ao crescer, Waldirzinho, que opina, muda de opinião sobre vários assuntos. Por exemplo, hambúrgeres.<br />Ele gostava. Mudou.<br />Waldirzinho é vegetariano, pois, como dissemos, não gosta de pecuaristas e granjeiros mas ama hortifrutis.<br />Existem 3 tipos de vegetarianos.<br /><br />Os que não gostam do sabor da carne de vacas, ovelhas, cabritas e galinhas e por isso não comem carne de vacas, ovelhas, cabritas e galinhas.<br /><br />Os que acham que a carne de vacas, ovelhas, cabritas e galinhas não fazem bem à saúde e por isso não comem carne de vacas, ovelhas, cabritas e galinhas.<br /><br />Os que possuem dó das vacas, ovelhas, cabritas e galinhas que morrem para se transformar em hambúrgeres, e por isso não comem carne de vacas, ovelhas, cabritas e galinhas. Esse é o caso de Waldirzinho.<br /><br />As pessoas que possuem dó, como Waldirzinho, só possuem dó em relação a seres vivos. Waldirzinho não sente dó de chutar uma bola. Mas sente dó de chutar uma vaca, ovelha, cabrita ou galinha.<br />Waldirzinho não sente dó de pisar em uma pedra. Mas sente dó de pisar em uma vaca, ovelha, cabrita ou galinha.<br />Waldirzinho não sente dó de comer uma maçã, mas sente dó de comer uma vaca, ovelha, cabrita ou galinha.<br />Uma maça não é uma bola ou uma pedra. Ela é um ser vivo. Como uma vaca, ovelha, cabrita ou galinha.<br />Hortifrutigranjeiros e pecuaristas possuem mais algumas coisas em comum.<br />Ambos cuidam de seres vivos. A diferença entre animais e vegetais é a capacidade que os animais possuem de gritar.<br />Quando sente dor, Waldirzinho grita, como uma vaca, ovelha, cabrita ou galinha.<br />Uma maçã, não.<br />Waldirzinho é vegetariano, pois possui dó dos seres vivos. Pelo menos dos que conseguem gritar.<br /><br />(cena final de waldirzinho cortando vorazmente uma maçã)Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-84962471737962641242008-07-30T14:18:00.003-03:002008-07-30T14:33:46.089-03:00Activia, as grejas góticas e as provas irrefutáveis da existência de Deus mulher.E Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, dizem as religiões cristãs, para conhecer servir e amar Deus. Quem seguia essas religiões acatou a idéia, mas prova oficial da existência de Deus nunca houve. Uns e outros dizem que viram Deus. E esses nunca disseram que Deus era um rato, um elefante ou qualquer coisa assim. Ou Deus é mesmo parecido com a gente ou eles não viram porra nenhuma e só mentiram bem o suficiente pra tirar uma grana dos fiéis. Aliás, por pior que índio seja, é um bicho que consegue acreditar em Deus mais fácil, já que Sol é um Deus. E é tão inatingível e importante para a vida quanto o Deus cristão, com a diferença de que você vê fisicamente o sol todo dia. Mas é possível acreditar em Deus quando vemos a complexidade de uma planta, coisa mínima, pequena e que morre fácil, mas que é formada de milhões de células e, olhando de longe, chega a parecer qeu biologia pode ser uma matéria interessante. O fato é que Deus é tido como um idoso barbudo em quase todas as representações. E essas representações foram feitas por homens. Homens mesmo, sexo masculino, pêlo e pau. E homem, todo mundo sabe, sempre quis dominar o mundo e mandar nos outros. Natural, já que isso vem do começo da existência dos homens. Os nêgo eram nômades, precisavam caçar, subir em árvore, correr, andar pra caralho pra achar comida. Não precisava pensar em nada, era uma questão física. Gordos e mulheres morrem primeiro porque o homem é mais forte. Não quer morrer? eu te trago comida, mas você vai ter que dar pra mim (aqui não considere a hiótese de comer os gordos). Não quer dar? Pego à força.<br />Lógico que os homens dominaram. A mulher ficou ali, secundária, tendo filho, parindo, ficando 9 meses quase inútil por causa da barriga. Idade média, a mesma coisa, guerra, batalha, o problema todo se resolvia muito mais na porrada e na esporrada do que no resto, e o poder conseguido pelos homens lá atrás continuava mandando, obviamente, pois eles não queriam perder a boquinha. Quando inventaram o cristianismo, por exemplo, o papel da mulher era de servir, ela foi feita da costela, ela era secundária, ela que deu a maçã (seja lá o que isso significar) para o Adão, fudeu a vida do cara e tudo o mais. E essa história foi escrita por um homem, já que mulher era era tão analfabeta na época quanto má motorista hoje. A mulher sempre foi colocada pelo homem (pêlo + pau) em segundo plano. Isso explica o deus velho e barbudo e não uma deusa velha e pelancuda, mas se você parar pra pensar, quem manda no mundo, em todas as épocas, é a mulher.<br />E pode pegar lá os nômades e a idade média e tudo isso e ver que a mulher sempre está em papel de decisão. O cara faz a pinta de machão, mas quando as mulheres de Atenas fazem greve de sexo, a merda toda muda. Homem trabalhava e a mulher ficava em casa. O homem trabalhava pra quê? pra comprar uma máquina de lavar roupa, um carro pra passear com a família (ou seja, a mulher e os filhos), perfume pra amante (mulher). A sociedade de consumo é baseada numa linha de vontades femininas que os homens tornaram possíveis. Se pegarmos as propagandas feitas na alemanha pós guerra, durante a reconstrução alemã, a maior parte é feita para as mulheres. Eletrodomésticos. A revolução industrial e os teares aumentou a produção de roupas, antes feitas pelas mulheres e deixou mais tempo livre para elas se dedicarem a outras coisas. Elas passaram a ficar em casa, com menos atividades, dedicavam-se a cozinhar, passar, lavar roupa, costurar. O que aconteceu? A indústria se voltou pra essa mulher. Máquinas de costura, aspirador de pó, fogões de 6 bocas, panelas anti-aderentes, bombril, tudo era feito pra gerar um conforto pra mulher que ficava em casa. mas elas não ficaram satisfeitas. Queriam usar calças ao invés de saias. Fizeram as calças como as de homem, para elas, camisas femininas, gravatas femininas, homens femininos (vide Emo). Começaram a querer mais igualdade, uma carreira, lançaram carros femininos, comidas congeladas, babá eletrônica, fralda descartável, peru com termômetro. Queimaram sutiãs e ganharam uma revolução, quiseram dar pra todo mundo, inventaram a pílula, a camisinha, a depilação cavada. Um dia elas acordaram com vontade de não dar pra mais ninguém e pularam vibradores de debaixo das camas, grandes, pequenos, brancos, azuis, pretos, em forma de coelho, cobra, saci. Por elas se popularizou a plástica, o silicone aboliu o sutiã, o botox aboliu as rugas e o movimento e as modelos aboliram a bunda e o peito. Elas alcançaram a fama, o reconhecimento intelectual, os cargos de chefia, até puta virou referência, são independentes, moram sozinhas quando querem, junto quando querem, mandam nos relacionamentos, estão em maior número nas faculdades, em cargos de confiança, mulher manda na porra toda. E que porra de Deus velho e barbudo é esse que protege a mulherada e deixa os pintudinho aqui na merda? Ou ele gosta de mulher quer mais é que homem se foda ou tem alguma coisa errada. Se Deus fez alguém à sua imagem e semelhança, para dominar o mundo, Deus é mulher. E gostosa. E é essa a grande sacada de Deus e das mulheres. Saber que homem não resiste. Quando a força física deixou de ser importante, as mulheres controlaram o mundo. E Deus, rindo, bonita lá em cima, deixou, obviamente. O segredo de Deus mulher é uma coisa que homem nenhum nunca entendeu e nunca conseguiu colocar em prática. É que o poder é mostrado menos com força e mais com sutileza. Quando um homem quer homenagear Deus, faz uma torre em Babel pra alcançar o céu e se fode porque Deus não queria, fez ninguém se entender e criou o nicho mercadológico da CCAA. Quando faziam igrejas góticas, eram torres gigantescas pra você olhar pra cima e se sentir pequeno diante de Deus. Mas não é assim que Deus mulher faz você se sentir pequeno. Deus mulher é vingativo como o que destruiu sodoma e gomorra, como o que testou Adão e Eva no primeiro dia de vida e como toda mulher com vontade de dar troco em um homem.<br />Hoje as mulheres têm tudo. Fama, dinheiro, importância, reconhecimento, um homem que troca o pneu e abre o palmito e um vibrador pra quando ele broxa. Tem viagra, uma invenção que protege o homem de falhar, mas não impede mulher nenhuma de ter dor de cabeça. O que mais a mulher precisa pra alcançar a felicidade completa? Cagar direito. Como um reloginho. E diariamente chegam produtos e campanhas na televisão de iogurtes e cereais que regulam o intestino preguiçoso, feitos por homens que querem agradar as mulheres. Porque dinheiro e respeito não fazem um cu funcionar direito. E ninguém precisa de uma catedral gigante de torres enormes para lembrar de Deus quando Deus é mulher. Porque Deus mulher é sutil e vingativo. E sutileza feminina vingativa é mostrar quem é que manda, lembrando as supostas donas do mundo, que elas, por mais poderosas que sejam, são tão pequenas que não conseguem mandar nem mesmo no próprio rabo.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-25978324509163571442008-02-22T17:05:00.001-03:002008-02-22T17:05:43.696-03:00Pomba é uma bosta.Deus fez um esboço de bicho e não definiu direito como ia funcionar.<br />Por isso tinha asa bico, voava mas agia como um porco, comendo lixo e cagando indiscriminadamente. Chamamos de Pomba. Ela é um projeto mal feito porque tem o intestino curto. Isso significa que uma pomba não consegue guardar cocô por muito tempo, logo que come, um cocô tem que sair pra outro poder entrar. E ela come o tempo todo. Além disso, ela tem uma cloaca, o que não é nada perto de um sfincter. Nosso cu consegue, facilmente, dilatar e contrair. Isso serve pra filmes pornôs e putaria, pompoarismo anal e outras práticas, mas também serve pra terms controle sobre os movimentos peristálticos que empurram o trem marrom pra fora. Se não quisermos fazer cocô naquele exato momento, podemos pelo menos tentar. Percebemos o quanto isso faz diferença quando temos diarréia e o poder sobre nosso rabo é perdido junto com a nossa hidratação. As pombas estão em constante diarréia por dois motivos. Por não terem esfincter e por misturarem cocô e xixi, já que elas só tem a cloaca como saída. O que acontece juntando as duas coisas? qualquer esforço faz a pombinha mandar bala. E voar não é pouco esforço, convenhamos. Cada batida de assa poderia ser uma carimbada, mas não acontece assim porque ela carimba uma vez só. Pombas fazem cocô a cada 40 minutos, afinal, comem o tempo todo e não tem onde armazenar, já disse.<br />Mas de quem é a culpa disso? De Deus, que fez o esboço?<br />não. Deus percebeu que tinha criado o rato com asas e consertou a parada, mandando chuva por 40 dias e 40 noites. Mas o tal do Noé viu a pombinha e pensou... bichinho bonitinhu... vou levar u casal pra gente.<br />Depois de ter feito a merda, mandou a bichinha pra buscar um ramo de oliveira e a filha da puta da pomba virou símbolo da paz.<br />Paz pra quem, se todo mundo que vive por perto tem medo, ódio e nojo do bichinho?<br />Não é a toa que, quando algo dava errado, as pessoas esbravejavam dizendo: não é assim, pombas.<br />Afinal, a tradução mais lógica seria: não é assim, merda.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-53131631150842480122007-12-06T13:42:00.000-03:002007-12-06T13:52:11.028-03:00Pequeno mapa astral em cores da música brasileira popular moderna, o desejo sexual e o apartheid dançante baiano.De uns tempos pra cá a música brasileira foi dominada pelo Chiclete com banana. Um trio elétrico que conseguiu expandir o carnaval até alguns meses mais pra frente no ano. e, principalmente, até a festa de fim de ano da Globo (depois do Roberto Carlos).<br />O Chiclete com banana existe há 26 anos, tocando as mesmas músicas com a mesma formação, o mesmo cantor-guitarrista de cabelo sujo, o mesmo suor e o mesmo abadá de sua estréia. Mas até agora ele era simplesmente um trio elétrico do carnaval da bahia como outros tantos que você não deve conhecer. Mas isso mudou e eles se tornaram uma febre, incluindo a loucura de considerar o vocalista jesus-no-fim-do-açoite um símbolo sexual do carnaval do Brasil.<br />Na verdade a merda não começa neles. Começa com alguém, um filho da puta qualquer, que sugeriu que ficar em pé 18 horas, a maior parte delas embaixo de sol, fedendo, suando e mijando nos próprios pés, ouvindo uma música repetitiva e ensurdecedora, onde todo mundo tenta comer todo mundo mas não consegue porque não se aguenta nas pernas e porque tem nojo do mijo que o outro jogou nas próprias roupas, é o verdadeiro carnaval do Brasil. E lançou a moda de ir pra Salvador no carnaval correr atrás de trio elétrico. Por causa dessa mania, uma espécie de disneylandia moderna, destino de 99% dos adolescentes que deixaram de gostar de cinderela e vídeo-game pra gostar de sexo, é o carnaval da bahia. As agências de viagem faturam com isso tanto quanto os menininhos que vendem pulseira do Bonfim no pelourinho, que já não tem mais o pelourinho.<br />Ninguém quer ver o pateta, quer é ouvir o chiclete com banana atracada num pluto qualquer no meio da cidade suja. Essa invasão cultural carnavalesca soteropolitana acabou com o verdadeiro carnaval do Brasil, aquele formado pelo trinômio Jamelão/tapa sexo/piada com a mangueira, aquele carnaval dos velhos tempos de atrizes nuas, peitos balançando, biquinis minúsculos e a maior utilização de purpurina que o mundo já viu desde que o Prince parou de cantar.<br />Esse carnaval, o verdadeiro, aquele que os americanos conhecem, com esculturas de isopor mal feitas e que não respeitam o limite de tamanho da avenida, sendo que o limite de tamanho da avenida é o mesmo há mais de 30 anos, é o nosso carnaval. Onde as rimas ilusão/coração, folia/alegria, divertir/sapucaí faziam a festa dos foliões naquelas 230 repetições do samba enredo nos 600 metros de avenida, aquela coisa bonita de se ver, o povo cantando as 3 estrofes completas do samba, esse tipo de coisa não existe mais. Existe o carnaval de salvador, e como é muito mais fácil convidar o barbudinho pra tocar no programa de tevê do que convidar a bateria da Vai-Vai, eles ainda permeiam os programas musicais chatos no fim de semana.<br />Mas tem mais pra explicar o sucesso, afinal, tocar no carnaval da bahia um monte de gente toca e não existe uma mania nacional de gostar do Moraes Moreira desde Pombo Correio.<br /> As letras não podem ser atrativas, afinal, você provavelmente não lembra de nenhuma delas, ou seja, elas não são marcantes. Talvez você até consiga cantarolar alguma coisa como "nega do cabelo duro....... penteia" mas deve ser mais pela ligação direta com o vocalista do que pela letra, ou algo como "sou praieiro, chicleteiro, ashdpq daskasnf wpw e0sdc quêêêê...." que nem o próprio barbudinho sabe qual é a letra. Mas isso, ao contrário do que o povo que sabe ler imagina, pode ser o motivo do sucesso, porque você vai pro carnaval da bahia pra não prestar atenção em nada mesmo, o impotante é saber a sonoridade do final da frase, beber e tentar se agarrar com alguém mais bêbado e menos suado que você. As letras só servem pra acompanhar a batida e a guitarra não serve pra nada. As letras são só um brinco numa mulher pelada, digamos assim, Ninguém tá lá pra cantar, vamos assumir, ninguém tá lá pra pensar em letras filosóficas, já que o que conta é a putaria do momento. Então pra que fazer letras cheias de significado? Se isso fosse importante, o trio concorrido era o do Caetano, certo? Mas se considerarmos que uma batida dançante, com um ritmo alucinante e empolgante faz sucesso, por que todo mundo odeia o Olodum e o Carlinhos Brown e a timbalada vende menos cds do que o Robinson Anjo? Vai ver é porque falta uma letra que não faz o menor sentido e não precisa ser entendida, como as do chiclete com banana, há 26 anos. Mas se essa junção de ritmo e letra sem sentido é o motivo do sucesso, temos que acreditar que Jorge Benjor é deus e nós sabemos melhor que ninguém que deus é o Pelé. Portanto deve ter algo mais nisso do que as letras desconexas com a batida forte e a ausência do jamelão pra fazer o sucesso da banda.<br />Analisando friamente o fenômeno musical dos últimos anos vemos uma desevolução de um dos principais centros de divulgação de som do mundo, as danceterias. Onde antes tocavam bee gees e john travolta, hoje só se ouvem batidas em ritmos iguais mas que recebem sete definições diferentes de quem ouve e treze definições aleatórias dos djs, que nada mais fazem do que colocar um cd mega-festa 1 pra tocar. Ninguém sabe o nome de nenhuma "banda" de dance/techno/psy/psy progressivo/psy hard/psy house/drum'nbass/hip-hop-techo-tramp porque não existe, é só um computador que bate aleatoriamente nas teclas que fazem som. Por que isso acontece? Porque ninguém vai na danceteria pra conversar, vai pra praticar sexo vertical vestido e tentar passar a mão e outras partes pudendas nas outras pessoas, dar uns beijo, tomar umas birita e tentar descolar uma bêbada pra comer no carro. A música tem a única função de distrair as pessoas, dar motivo pra luz apagar e evitar que as pessoas conversem. A partir disso nós chegamos no motivo pelos quais a geração saúde das academias está aumentando tanto. Todo mundo quer ficar bonito-fortinho ou gostosa-oxigenadinha pra poder atrair a pessoa do sexo oposto (ou não) numa balada em que não se precisa conversar, apenas aparecer, brilhar com a roupa e ter a bunda durinha. Por isso a música bomba, o som faz tudo ficar igual e você não fala. Só olha, gosta, aperta e beija. O que define se você vai ser "pegada" ou não é o corpo, a roupa e a cara de fácil. No caso dos homens, a roupa, o corpo e a cara de rico/pintudo/comedor bem-sucedido. E isso aparentemente não tem nada a ver com chiclete com banana, eu sei, mas na verdade o chiclete com banana é a aplicação desse princípio ao ar livre. O interesse de quem vai pro carnaval de salvador é sexual como de quem vai pra uma balada, só que lá não dá pra desligar a luz ou apagar o sol. E lá não tem roupa bonita ou feia porque é todo mundo de shorts, havaianas e abadá suado. Nem o perfume você consegue sentir, já que tudo foi suor abaixo. A diferença entre a baladinha e o trio é que no trio existem outras formas de se diferenciar que substituem a roupa bonita e a luz fraca. Esse meio de se mostrar melhor que a "baranga" do seu lado ou do que o "folgado" da direita é o apartheid que se inicia no primeiro dia do carnaval e, de acordo com sua capacidade intelectual corpórea, dura até a quarta-feira de cinzas: a dança.<br />Baiano dança por natureza desde que nasce, exceto o jorge amado que tava com preguiça e o Caymi, que não lembra direito o que é preguiça porque não quer se cansar pensando. (um desses dois morreu, mas, assim como o sivuca e o hermeto paschoal, ninguém sabe qual tá vivo). Quem sabe dançar é melhor. Quem sabe a coreografia se destaca, e quem não sabe sobra, tenta aprender ou pega os mais feios pra se divertir. essa diferenciação é explícita e é um orgulho para os que sabem dançar. Que não fazem o menor esforço pra facilitar pra quem não sabe, renegando as barangas e os folgados a se agarrarem entre si e serem os fracassados do carnaval só porque não possuem o molejo de uma carla perez.<br />Ou seja, pra que você não precise prestar atenção nas letras, a letra não tem que chamar sua atenção, pra você só pegar o ritmo em que deve mexer o quadril pra encoxar alguém, é necessário um batuque bem alto, pra que ninguém olhe pra você e desista de dar pro cara lá de baixo, é necessário um cantor feio e que pareça jesus (ninguém tem fantasia de fuder com Jesus, pelo menos não Jesus suado, eu espero), o cansaço sob o sol tem que ser grande pra você pegar quem tá mais perto ao invés de procurar, por isso toda música do Chiclete com banana grita, uma hora ou outra, tira o pé do chão (quem já viu o filme do Rocky sabe que pular cansa) e deve ter uma hora na música em que todo mundo grita o refrnao, que é pro pessoal poder respirar um pouco entre uma mão boba e um rala-coxa. O mesmo princípio que lota as academias e inventa a loucura chamada "aula de axé" é o que lota os shows do chiclete com banana e seu apartheid da cintura. E isso foi criado pelas danceterias em que só a gostosisse é responsável pelo seu sucesso na busca por putaria. Como sempre, o que move tudo é a busca por putaria, conforme já citado por aqui. Ou seja, se você é feio, não sabe dançar e não é fortinho, o jeito é procurar uma namorada num cinema desses que passam filme iraniano. Se você é feio, não sabe dançar, não é fortinho e é burro pra conversar com uma dessas do cinema, o jeito é você ser rico. Se além de tudo você é pobre, desiste rapaz.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-83930263665577574082007-11-30T14:16:00.000-03:002007-11-30T14:17:42.655-03:00Por que eu não sou.............<span style="font-weight: bold;">Marombado</span><br /><br /><br />Porque academia não é divertido.<br /><br />Porque ninguém gosta de malhar, mas todo mundo gosta de mentir.<br /><br />Porque falar de saúde com alguém de academia é tão divertido quanto falar de saúde com um velho à beira da morte. Só que invertido.<br /><br />Porque marombados não têm braço, têm bíceps.<br /><br />Porque marombadas não têm tetas, têm peitorais.<br /><br />Porque um marombado só conhece dois tipos de bundas: flácidas ou definidas.<br /><br />Porque uma pessoa que faz sempre um "almoço leve" não pode ser divertida.<br /><br />Porque alguém que faz uma "dieta rica em (usar palavra como carboidrato, proteína, polifenol, profilaxia) não serve pra se conversar.<br /><br />Porque não existe suco de laranja com cenoura no mundo real.<br /><br />Porque açaí seria apenas uma fruta nordestina amarga se eles não existissem.<br /><br />Porque alguém que olha pro próprio corpo no espelho mais de 15 vezes por dia não merce respeito.<br /><br />Porque eles sabem de tudo sobre qualquer assunto. E te provam isso o tempo todo.<br /><br />Porque dois homens fortes de sunguinha branca se agarrando não pode ser um esporte.<br /><br />Porque as marombadas malham pra ficar gostosas. E querem ficar gostosas pros caras da academia. E caras de academia vêem uma mulher de duas formas: flácida ou definida.<br /><br />Porque um monte de gente suando em um ambiente fechado onde a maior diversão é se comparar com o outro é idiota demais pra mim.<br /><br />Porque a mania de academia fez com que os álbuns do Orkut virassem shows de horror.<br /><br />Porque alguém que faz academia não consegue voncersar por dez minutos sem falar de regime, exercício, academia ou suplemento.<br /><br />Porque não existe "aula" de axé.<br /><br />Porque saúde passa longe de uma academia.<br /><br />Porque nnao é gostoso ficar com os braços doendo.<br /><br />Porque correr sem sair do lugar é coisa de hamster.<br /><br />Porque academia tem germes.<br /><br />Porque academia tem instrutores de academia com roupinhas apertadas.<br /><br />Porque quem vai em academia tem, obrigatoriamente, que gostar de balada e ir pra balada sempre de regata.<br /><br />Porque marombado tem veia saltada. E não adianta ter mais músculos que o he-man se o braço parece a perna da minha vó.<br /><br />Porque pra entrar em academia você tem que fazer uma tatuagem. E explicar pra todo mundo os motivos e o sentido daquele desenho.<br /><br />Porque eles conversam sobre frango grelhado todos os dias.<br /><br />Porque marombado insiste em dizer que depois de malhar por duas horas se sente melhor que antes, o que seria equivalente a dizer que levou um coice de cavalo no estômago mas isso curou sua úlcera.<br /><br />Porque não confio em ninguém que sabe quantas calorias um prato possui.<br /><br />Porque nnao gosto de almoçar com alguém que te olha como se você estivesse fazendo um crime.<br /><br />Porque o cara sai da academia e fuma um cigarro, e eu não gosto de hipócritas.<br /><br />Porque um cara muito forte, de sunga na praia, não é bonito.<br /><br />Porque pitbul é cachorro de filho da puta.<br /><br />Porque não gosto do Alexandre Frota.<br /><br />Porque não gosto de usar óculos escuros de noite, traje obrigatório de academia.<br /><br />Porque pessoas suadas fedem.<br /><br />Porque não gosto de comparar quantas séries de supino eu faço com ninguém.<br /><br />Porque academia é um mundinho muito falso, hipócrita e puramente visual, em que as pessoas são vistas apenas como "o de peitoral definido", "o que faz 150 no supino", "a vagabunda da aula de axé", "a que dá pro professor de Yoga". Quem nnao toma chá verde é colocado de lado. Quem nnao toma suplemento é idiota. Quem não vai todo dia é fracassado. E outros preconceitos comuns à esse povo super geração saúde, super aberto e moderno que quer uma vida mais saudável e por isso passa 4 horas por dia trancado num espaço pequeno, dividindo o suor com os outros em todos os aparelhos e falando sobre o que não pode comer, o quê não pode beber, o que não pode fazer e que não pode deixar de vir pra cá.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-16285381522037709452007-11-26T13:21:00.000-03:002007-11-26T13:28:36.833-03:00Botão vermelho. Botão verde.Quando pequeno, queria mudar o mundo. Seus olhos brilhavam a cada escândalo, presidentes derrubados, senadores descobertos, falcatruas desfeitas, todas as denúncias colocadas à face da população por um jornalista. Não tinha amigos, aprendeu a ler cedo para se distrair e não atrapalhar o pai e a mãe. Eles se tancavam no quarto e ele se escondia nas revistas. Não queria ser jornalista, queria mudar o mundo. Aquela cabecinha infantil ainda não sabia, mas o que ele gostava era do poder que a máquina de escrever, na época, lhe daria. O poder de controlar o destino de desconhecidos públicos, de monitorar políticos que não soubessem nem seu nome, um idealismo necessário para que qualquer adolescente escolhesse uma profissão, naqueles tempos em que dinheiro não contava tanto.<br />Quando prestou vestibular escreveu como nunca, uma redação impecável, embora a matemática fosse falha. Não passou. Nem no ano seguinte. Nem no outro. Nesse meio tempo, passou no concurso. Foi trabalhar num banco público.<br />A decepção era do tamanho da vontade de mudar.<br />Durante os dias, a rotina entediante e burocrática acabou vencendo. Foi ficando no banco. Foi pegando umas colegas de trabalho. Foi amortecendo no ego sua vontade de fazer melhor.<br />Não se dava bem com pessoas. Não se interessava pelas empresas. Não tinha perspectiva. A vaga que sobrou, depois de um período de sorte em que seu trabalho pareceu bem feito, foi para trabalhar com a bolsa de valores. Não falava com ninguém, não dependia de ninguém. Apenas investia o dinheiro dos outros, em silêncio. Um dia a raiva contida de todos aqueles anos escorreu pelos olhos. O acomodado se sentiu um rebelde medroso e fez uma daquelas loucuras que qualquer pessoa comum acharia normal. Vendeu todas as ações que estavam em nome da maior empresa que ele comandava. De uma vez. Só pra brincar. Ia retornar o dinheiro no dia seguinte.<br />Ligou o computador pra ler as notícias: Bolsa em queda livre faz BC intervir.<br />Fez o mesmo na semana seguinte. E na outra. Sorrindo.<br />Ele não sabia, mas o que ele gostava era do poder.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-60905877696223479912007-11-06T13:29:00.001-03:002007-11-06T13:29:52.917-03:00Amor sincero.Puta é a única forma sincera de relacionamento humano.<br />Puta não espera nada além de dinheiro e não oferece nada além de sexo. Puta não quer fazer você sentir amor, carinho, nada. Não espera que você seja carinhoso, leve pra jantar, traga presentes, faça cafuné ou fique com ela quando ela estiver com cólica.<br />Puta dá. Você paga.<br />Ela sabe que é assim, você sabe que é assim. Não há como ser mais sincero.<br />Com qualquer outra mulher que você queira apenas sexo, no mínimo, você tem que ir numa balada, levar pra jantar, ser carinhoso, romântico, dizer que ama e prometer ligar. Puta não. Ela sabe que você não vai ligar, mas nem por isso te deixa na mão.<br />Você não tem que levar uma puta na sua casa, apresentar pros pais, conhecer os pais dela, ir almoçar na avó. Você quer sexo, tem sexo.<br />Ela não pede por mais atenção. Nem você.<br />É muito mais honesto pagar por uma puta do que enganar uma menininha numa balada e fingir que gosta dela, quando, na verdade, você só quer sexo. Você é mais honesto com uma puta e ela é mais honesta com você.<br />O amor mais sincero que você pode conseguir é justamente o mais falso.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-41111690091375989222007-10-29T13:09:00.001-03:002007-10-29T13:09:50.908-03:00Por que eu não sou.............Homeopata<br /><br /><br />Porque um remédio que se deve tomar 12 gotas a cada 7 minutos só vence a doença se for pelo cansaço.<br /><br />Porque o remédio homeopatético não cura. A preguiça de tomá-lo é que faz você se sentir melhor<br /><br />Porque quem se sentia melhor tomando bolinhas eram os hippies.<br /><br />Porque não consigo aceitar que, depois de 3 mil anos de desenvolvimento da ciência e da medicina, ainda seja melhor me tratar como um índio.<br /><br />Porque erva nunca fez bem pra ninguém.<br /><br />Porque se chá fizesse bem pra saúde, os ingleses não morreriam nunca.<br /><br />Porque chá não é remédio.<br /><br />Porque se as ervas funcionasse, garrafada vendia mais que viagra.<br /><br />Porque não moro em ocas.<br /><br />Porque remédio bom tem que ter efeito colateral.<br /><br />Porque se as plantas e raízes curassem, índio não ficava reclamando das "doenças de homem branco".<br /><br />Porque minha bisavó se curava assim e morreu de "nó nas tripa" sem nunca ter sabido o motivo.<br /><br />Porque medicina alternativa deve ser uma alternativa, nunca a primeira opção.<br /><br />Porque homeopatia é como aupuntura: pode até funcionar, mas ninguém sabe como.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-50480260434037345902007-10-29T12:15:00.000-03:002007-10-29T12:17:48.261-03:00Por que eu não sou.............Bairrista<br /><br /><br />Porque um bairro é só um bairro.<br /><br />Porque a Mooca é uma bosta.<br /><br />Porque Pirituba é uma bosta.<br /><br />Porque Higienópolis é uma bosta.<br /><br />Porque Moema é uma bosta.<br /><br />Porque Tatuapé é uma bosta.<br /><br />Porque a Mooca tem seus lugares bonitos e legais.<br /><br />Porque Pirituba tem seus lugares bonitos e legais.<br /><br />Porque Higienópolis tem seus lugares bonitos e legais.<br /><br />Porque Moema tem seus lugares bonitos e legais.<br /><br />Porque Tatuapé tem seus lugares bonitos e legais.<br /><br />Porque o bairrismo é que dá sustentação pra associações de moradores de bairro e essas associações, além de serem formadas por velhas desocupadas, é a formalização do egoísmo bairrista que não dá ouvidos à razão.<br /><br />Porque essas velhas são chatas pra caralho.<br /><br />Porque essas velhas são mal educadas.<br /><br />Porque essas velhas precisavam voltar a fazer tricô e deixar a vida seguir. E acabar.<br /><br />Porque, segundo os bairristas, a Mooca tem tudo que você quiser, lojas, restaurantes, boates e shoppings. Uma exclusividade que só se vê na Mooca, Pirituba, Lapa, Penha, Tatuapé, Itaquera, Moema, Santana, Jardins, Higienópolis, Freguesia do Ó, Casa Verde, Morumbi, Cambuci, Barra Funda, Vila Romana e todos os outros bairros.<br /><br />Porque eu tenho mais com que me preocupar do que defender o bairro onde moro.<br /><br />Porque não é porque eu nasci na merda que vou acreditar e defender a merda até la parecer boa.<br /><br />Porque ser criado em um bairro não me dá obrigação de gostar dele, das pessoas que moram lá e dos lugares que fica alí.<br /><br />Porque o Juventus é um clube de bosta.<br /><br />Porque todo bairro tem uma pizzaria que se diz "a melhor pizza da cidade".<br /><br />Porque todo bairro tem uma "loja de roupas ótima"<br /><br />Porque em todo bairro se encontra "desde produtos de 1 real até coisas de 500".<br /><br />Porque todo bairro tem "barzinhos pra ir de noite, uma padaria maravilhosa e uns restaurantes super caseiros".<br /><br />Porque bairrista é muito chato.<br /><br />Porque defender o próprio bairro só não é mais chato do que convencer os outros a não comer carne.<br /><br />Porque bairro é um loteamento feito por uma construtora e isso não tem metade do "glamour" que os bairristas tendem a empregar em suas falas.<br /><br />Porque seu bairro tem um velho que mora lá desde que nasceu. E o meu também.<br /><br />Porque nascer em um bairro, crescer, casar com alguém de lá, ter filhos lá, ficar lá até apodrecer não é me parece a coisa mais inteligente do mundo. Parece mais com medo de mudança.<br /><br />Porque quem mora em Itaquera também é bairrista e isso tira toda a confiabilidade de um bairrista.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-11476224705303670362007-10-10T14:29:00.000-03:002007-10-10T14:30:05.302-03:00Verdades.- Oi.<br /><br />- Oi.<br /><br />- Vi você olhando para mim quando passou ali na frente.<br /><br />- É verdade. Foi mesmo.<br /><br />- Me achou bonita, foi?<br /><br />- Gorda.<br /><br />- Como gorda?<br /><br />- Te achei gorda. Por isso fiquei olhando.<br /><br />- Você é louco? Me chamando de gorda assim, sem mais nem menos?<br /><br />- Eu acho muito bonitas umas pinturas de gordas que eu vi na televisão.<br /><br />- Você não pode me chamar de gorda.<br /><br />- Mas você é gorda.<br /><br />- Fiquei muito ofendida.<br /><br />- Se você me chamar de gordo eu não vou ligar.<br /><br />- Porque você não é gordo.<br /><br />- E você ficou ofendida por que eu te chamei de uma coisa que você é?<br /><br />- É isso mesmo.<br /><br />- Então tá bom. Puta.<br /><br />- Você tá maluco?<br /><br />- Desculpa. Achei que você não ia se ofender.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-27844035781119643132007-10-01T10:02:00.000-03:002007-10-01T10:05:32.251-03:00Molho madeira.Quando o boneco chegou na casa dele foi uma festa só. Trouxe junto com o boneco o tio, seu dono.<br />E o boneco sorria o tempo todo, encostado na cadeira. Virou parte da mesa, almoçava, jantava e tomava café com o pequeno. Um membro da família, tão humano quanto o cachorro.<br />O boneco não falava, não movia, não vivia sem o tio. O garoto só mexia, mas vida mesmo, de verdade, dessas do sangue correr nos veios da madeira era só com o tio. Que já não dava muita atenção para o boneco. Dava muito menos atenção para o boneco do que os outros davam para a sua saúde.<br />O dia em que o boneco saiu de casa e sentou na cerca foi um dia que já começou esquisito. Quando o pequeno acordou pra tomar café não encontrou o tio. Nem a mãe. O pai ele não encontrava há tempos. O boneco tinha saído pra andar e estava encostado na cerca. O pequeno se aproximou enquanto o boneco se afastava. Não havia mais ninguém em casa.<br />O boneco, encostado na cerca de madeira. Talvez contemplasse os pedaços que poderiam ser seus. Não chorava. Não podia e não conseguia.<br />O pequeno se afastava. O boneco queria estar sozinho. Queria estar com seu pai. Entre a cerca de irmãos deixou suas farpas no arame e pulou. O menino foi atrás.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-4929300479366882052007-09-27T17:33:00.000-03:002007-09-27T17:36:36.109-03:00Por que eu não sou.............<span style="font-weight: bold;">Vegetariano:</span><br /><br /><br />Porque carne é gostoso, não importa se faz mal.<br /><br /><br />Porque não adianta nada proteger os bois mas comer frango.<br /><br /><br />Porque não adianta nada proteger os bois e frangos mas comer peixes.<br /><br /><br />Porque não adianta nada proteger bois, frangos e peixes mas matar alfaces sem dó, só porque elas não possuem sistema nervoso.<br /><br /><br />Porque um boi me comeria, se pudesse.<br /><br /><br />Porque boi nasceu pra virar comida, é a lei da natureza.<br /><br /><br />Porque é nas saudáveis saladas que se pega cólera, cisticercose e lombrigas.<br /><br /><br />Porque carne tem algum sabor, ao contrário das saladas.<br /><br /><br />Porque se eu quisesse sentir apenas gosto de azeite e vinagre, bebia os dois ao invés de jogá-los sobre uma alface sem gosto.<br /><br /><br />Porque, mais que um alimento, carne é uma forma fazer amigos.<br /><br /><br />Porque todo mundo aceita convites para churrascos com cerveja mas ninguém aceita convites para uma saláda com chá verde.<br /><br /><br />Porque vegetariano tentando te convencer de que carne faz mal é mais chato que crente te vendendo Jesus.<br /><br /><br />Porque bois não têm sonhos, expectativas, viagens, pensamentos mundanos, passa o dia comendo e dormindo, comendo e dormindo. Chega a ser um favor tirar a vida dele e comê-lo. Faz de sua existência algo mais nobre.<br /><br /><br />Porque somos hipócritas: quando um homem mata um boi ele é filho da puta, mas se um jacaré come o bovino, é a lei da natureza. Se todos somos animais, temos tanto direito quando o lagartão.<br /><br /><br />Porque ninguém convida um vegetariano pra sair.<br /><br /><br />Porque ninguém convida um vegetariano pra almoçar em casa.<br /><br /><br />Porque um vegetariano não tem amigos normais.<br /><br /><br />Porque vegetarianos não são normais.<br /><br /><br />Porque um vegetariano com fome comeria um bife e se tornaria um hipócrita, que se rendeu aos prazeres da carne. Quem não é pode comer uma salada sem peso na consciência.<br /><br /><br />Porque nossos dentes caninos precisam de alguma utilidade, e não é rasgar folhas.<br /><br /><br />Porque quem é feito pra digerir folhas são os bodes, não os humanos.<br /><br /><br />Porque esquimós comem baleia e a gordura da própria e nunca teve um filho da puta de um vegetariano indo dizer pra ele que carne de baleia faz mal e machuca o bicho.<br /><br /><br />Porque eu respeito quem não gosta de carne, mas não quem tem dó de boi.<br /><br /><br />Porque se eu tivesse dó de bois, também deveria ter dó de baratas, aranhas, pernilongos e borboletas.<br /><br /><br />Porque o boi anda em 4 patas e nós em duas. Ele que fique em seu devido lugar.<br /><br /><br />Porque vegetariano mata muitos seres vivos sem dó, mas fica com pena dos bois porque os bois conseguem gritar.<br /><br /><br />Porque a pecuária dá muito mais dinheiro do que a plantação de alface.<br /><br /><br />Porque um boi come uma alface. Ao comer o boi, você está comendo, automaticamente, os dois.<br /><br /><br />Porque, por mais que eu tente, acho que vegetariano é um povinho falso e hipócrita que faz tipinho e come presunto escondido.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-73388292514785672652007-09-24T13:24:00.000-03:002007-09-24T14:21:11.974-03:00Ong, bondade, dia sem carro e o transporte coletivo da terceira idade.Quando eu chego no tatuapé, saindo da minha casa em Pirituba, tenho certeza de que um veículo automotor é a coisa mais fantástica que o homem inventou. 30 kilômetros em 25 minutos caso a marginal não esteja completamente lotada, como estava no sábado, o dia mundial sem carro.<br />Mas carros poluem, pois, como tudo que é bom na vida, tem um lado negativo. E a poluição faz o planeta esquentar e o nível do mar subir e a poluição descer e as doenças respiratórias crescerem e a qualidade de vida diminuir e o número de mortes disparar e o n úmero de pessoas vivas cair e a depressão das pessoas aumentar e as pessoas com coragem pra sair de casa diminuir e o número de carros nas garagens crescer e o trânsito ficar menor e a velocidade das pessoas no trajeto casa/trabalho ficar maior e aí poluição diminuir e o mundo ficar mais feliz.<br />Pra acelerar esse processo e não passar pela parte das inúmeras mortes e depressão coletiva, inventaram algumas coisas no mundo, nem sempre relativa aos carros.<br />Uma das coisas foram as ONGs. Ongs foram entidades que não tinham relação com o governo e por isso podiam falar mal do governo e fazer as coisas que queriam, inclusive enriquecer seus donos. Aliás de uns tempos pra cá, ter uma ONG virou uma coisa bonita, pois todo mundo queria montar uma ong e resolver os problemas do mundo e de seus bolsos.<br />E o que antes era apenas uma pessoa que ajudava os outros, de repente, virou uma ong. Porque as pessoas confiam em dar dinheiro para uma ong de uma pessoa só que ajuda os outros mas não confia em dar dinheiro para uma pessoa que só ajuda os outros mas não é uma ong. Até que um dia as ongs resolveram pedir ajuda para o governo, podendo assim fazer pelas pessoas o que o governo não faz e usar o dinheiro do próprio governo para fazer isso, ou seja, o governo terceirizou a ajuda ao cidadão e, ao mesmo tempo, terceirizou a corrupção. Formando as primeiras organizações não governamentais (que eles dizem que deve ser escrito com hífen) ligadas ao governo. Teve até CPI das ongs.<br />As ongs são antros de naturebas chatos pseudo-revolucionários com idéias engajadas e etiquetadas que podem ser vendidas por preços baixos. Tudo que você disser será combatido com a idéia de que você pode fazer sua parte para melhorar a vida das pessoas. É, acima de tudo um povo preocupado e chato. Preocupado com o bolso deles e chato com você.<br />mas alguns são bem intencionados. Normalmente são esses que falam com você e tentam te convencer de que é tudo legal e que o cara que é chefe não está roubando dinheiro de ninguém.<br />Sábado foi o dia mundial sem carro. Uma idéia para conscientizar as pessoas a não usar os carros e poder fazer seu transporte à pé, de bicicleta ou patinete. E o dia de maior trânsito na marginal durante um final de semana. Claro que parte disso é porque o povo é preguiçoso, como sempre digo, mas o que eu realmente acho e que é fácil falar pra ninguém usar carro. E defender que o mundo sem os carros seria muito melhor, e que em dois carros, onde normalmente andam 2 a 3 pessoas, cabe um ônibus, onde andam 40. E que é muito melhor ir de ônibus.<br />Eu concordo. Todo dia eu venho trabalhar de ônibus. É muito mais barato. Mas eu gostaria de colocar o cara que inventou o dia sem carro dentro do meu ônibus 1 dia, pra ele perceber como as coisas funcionam no transporte coletivo que ele defende.<br />Ao chegar no meu ponto, 3 pontos depois do terminal, já não há lugar para se ir sentado. Você vai em pé e, como o ônibus anterior passou há mais de 15 minutos, os pontos estão todos cheios. O ônibus pára em todos os pontos e espera as pessoas entrarem, encherem o ônibus e reclamarem. Não existe ponto vazio. Não existe ônibus vazio. Mas é muito melhor que carro. Dia mundial sem carro, é assim que o mundo deve ser. Vamos pegar ônibus.<br />Depois de 2 horas eu chego na avenida paulista.<br />De carro, levo no máximo, 40 minutos.<br />Mas é bom, você vai vendo o sol nascer durante o tempo em que podia dormir.<br />Eu juro que não me importo, não acho ruim, estou tranquilo quanto a isso, o que me irrita é ter um nego natureba pseudo-revolucionário dono de ong, que não tem porra nenhuma pra fazer da vida, que acorda meio dia pra ir trabalhar em casa mesmo, defender que se pegue ônibus numa cidade como São Paulo, onde o transporte coletivo não funciona.<br />Principalmente porque o transporte coletivo só funciona pros velhinhos que, de 36 lugares sentados, têm direito a 12. E eles exercem se direito sobre os 36, embora eles tenha direito a 12. Eles sentam em todos os bancos, e são corporativistas, porque, caso entrem em um ônibus vazio, eles sentam nos lugares normais, guardando os lugares de velhinhos para outros velhinhos que estejam saindo do bingo na mesma hora. E velhos acordam cedo, assmi como quem trabalha, por isso dividem espaço com os que trabalham, nos horários de pico. Porque os velhinhos sempre precisam sair de casa por volta de 6h30, 7h00 da manhã pra pegar ônibus. E deixar o ônibus, que antes era lotado e fedido, lotado e cheirando talco.<br />eu não tenho nada contra os velhinhos, longe de mim, afinal, tem uma ong de proteção aos velhinhos que pode me processar se eu disser isso, além deles terem ótimas relações com o governo, mas será que os velhinhos precisam fazer excursões nos horários de pico e atrapalhar ainda mais um ônibus lotado, quente, parado no trânsito e que demora 2 horas pra chegar no destino?<br />A minha única dúvida é:" eu posso fazer o Dia Mundial Sem Velhinho no Ônibus?<br />A população está envelhencendo, dirão os politicamente corretos, e precisamos aprender a lidar com os idosos pois eles já fizeram muito por nós.<br />Muito legal, e eu faço questão de dar meu lugar para qualquer velhinho sentar no ônibus, desde que seja entre 8h30 e 17h30 e entre 19h30 e 6h30.<br />Mas não posso fundar uma ong pra fazer isso. Ong tem como objetivo tornar a vida das pessoas mais difícil e fazer com que o máximo possível de pessoas se sinta culpada.<br />Ter uma ong é ser perdoado de todos os pecados que você comete simplesmente pelo esboço da boa ação. Mesmo que, no fundo, você não faça nada de bom por ninguém. Nem pelos velhinhos que tomam os ônibus nem pelos mais novos que chutam os velhos de lá pela janela.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-60859733109198456892007-09-04T09:03:00.000-03:002007-09-04T09:08:23.087-03:00Da série: Porque eu não sou..........<span style="font-weight:bold;">...Religioso?<span style="font-style:italic;"></span></span><br /><br /><br /><br />Porque a religião é um conjunto de regras rígidas, que devem ser seguidas sob a ameaça de uma punição severa para aqueles que as desobedecerem. Como meu cérebro tem dificuldade com esse tipo de coisa, na hora de escolher, preferi tirar a carta de motorista.<br /><br /><br /><br />Porque tenho medo de um padre querer me comer.<br /><br /><br /><br />Porque tenho medo de um bispo querer me comer e ainda me cobrar 10%.<br /><br /><br /><br />Porque tenho medo de um rabino querer me comer, me circuncisar e ainda tomar minha gravata.<br /><br /><br /><br />Porque tenho medo de um monge querer me comer. E ele vai levar umas 6 pensativas horas até terminar todo o serviço.<br /><br /><br /><br />Porque a religião diz que Deus está em todos os lugares mas me obriga a conversar com ele na Igreja, como se lá fosse o único lugar da terra onde o celular dele pega.<br /><br /><br /><br />Porque a bíblia diz que o filho que fode o pai e sai de casa pra se esbaldar na putaria merece uma festa quando chega em casa. E quando alguém faz isso de verdade, é tratado como um filho da puta.<br /><br /><br /><br />Porque as histórias têm muitos personagens e pouca ação.<br /><br /><br /><br />Porque não entendo sobre quem estão falando quando usam a segunda pessoa do plural em frases na voz passiva.<br /><br /><br /><br />Porque padres e bispos são muito parecidos comigo: todos nós gostamos muito do meu dinheiro.<br /><br /><br /><br />Porque sempre falam sobre as cartas de Jesus a vários povos e não consigo acreditar que os Correios já fizessem um trabalho tão bom naquela época.<br /><br /><br /><br />Porque a missa é sempre sábado à noite ou domingo de manhã. Sábado é dia de sair e domingo é dia de dormir, e isso, pra mim, é sagrado.<br /><br /><br /><br />Porque as igrejas estão fazendo sessões de descarrego pra combater as macumbas feitas nos terreiros. Eu acho que não pode, uma igreja, invadir o negócio dos outros dessa forma. Concorrência desleal.<br /><br /><br /><br />Porque o inferno existe como oposição ao céu. Se você não acreditar em céu, o inferno não existe, e você não corre risco de queimar pela eternidade.<br /><br /><br /><br />Porque não quero acreditar no paraíso e ser bondoso a vida toda pra morrer, chegar no céu e encontrar aquele filho da puta que se arrependeu só nos últimos 2 segundos de vida e por isso foi perdoado.<br /><br /><br /><br />Porque a religião busca o equilíbrio. Equilíbrio tende a deixar as coisas todas bem no meio. Ser equilibrado tende à mediocridade.<br /><br /><br /><br />Porque você só precisa se arrepender ao fim da vida pra ser perdoado, ou seja, todos os pecados estão liberados até a hora da morte.<br /><br /><br /><br />Porque a religião faz a gente olhar pra dentro de nós mesmos. Olhamos tanto que não enxergamos mais ninguém no mundo e só pensamos nos nossos umbigos.<br /><br /><br /><br />Porque nos dias santos não se pode comer carne, em sacrifício, por isso as pessoas se enchem de bacalhaus de 120 reais o quilo, com muito vinho, uma fartura absurda de comida, e pensando sempre no sacrifício que estão fazendo em nome de Deus.<br /><br /><br /><br />Porque ser religioso traz também a obrigação de ser hipócrita. Se você é religioso, vai sempre nas igrejas, templos e etc, e quando sai na rua é filho da puta no trânsito, trata mal a mulher, explora os outros, é ganancioso, arrogante, metido, ligado a bens materiais, gosta de putaria mas batiza os filhos, nos dias santos come peixe, bebe vinho, comunga, pega hóstia e reza, você é um hipócrita. Quem não é religioso, pode fazer tudo isso, sem correr o risco da hipocrisia, já que ele nunca disse que não faria, como você disse na sua igreja. E, não acreditando no céu, o não-religioso tem muito menos chance de ir para o inferno do que o religioso hipócrita.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-53017411972736554192007-09-04T08:34:00.000-03:002007-09-04T08:35:17.274-03:00Gente que é.Existe muita gente que é. E gente que é, normalmente, enche o saco, porque faz questão de dizer pra todo mundo o que ela é. E auto definição é coisa de quem quer dizer que é mais do que ser de verdade. Tipinho, que as pessoas fazem e se sentem na obrigação de seguir o que disseram que são, mesmo que na verdade não sejam.<br />O que mais me incomoda é que quando você fala que é, você elimina 99% das coisas. Ao contrário de quando você não é, o que te abre um número quase ilimitado de possibilidades.<br />Se um cara diz que é viado, ele é viado. E isso elimina qualquer outra possibilidade. Se ele um dia vir uma mulher e quiser dar uns pega, não pode. Porque ele é viado.<br />Agora, se o cara diz que não é heterossexual, ele pode pegar a mulher, dar pros camarada e ainda pegar uma cabritinha de vez em quando. Eu gosto muito mais de quem não é do que de quem é. E não sei de onde vem essa mania das pessoas de se definirem pros outros, só pra justificar uma atitude que, normalmente, é idiota.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-67344181608895890742007-08-30T13:41:00.000-03:002007-08-30T14:42:41.129-03:00O título não cabe aqui, vai embaixo.<span style="font-weight:bold;">Título: O mundo gosta de colar de pérola e come camarão, baseado nos princípios elementares da filosofia oriental sem nexo em que se apóia a pesca esportiva, a gêmea boa da farra do boi.</span><br /><br /><br /><br />As pessoas gostam de pérolas. Porque elas são raras, brilhantes, bonitas e redondas. São raras porque são naturais, pelo menos eram. Ostras são bichos que não pensam e que não se mexem, ficam no fundo do mar e, quando abertas, servem porcamente pra ser comidas. Dentro das ostras, algumas vezes, existem pérolas. Dentro da maioria não existe, porque são ostras saudáveis. As ostras que possuem algum elemento estranho dentro delas, como grãos de areia ou pequenos dejetos, fabricam a pérola como defesa, isolando aquele grão de areia do corpo. E é justamente a pedra no rim de uma ostra que a gente acha bonito. E ainda vem dentro de um bicho melecado, que se come com limão, ficando com gosto de catota salgada citrus. Mas é raro, por isso caro, por isso adorado por quem pode pagar. Como as pérolas. Muito pouca gente rica deixa de comer ostra por achar meio nojento. A maioria come, mesmo achando nojento, só pelo status que a ostra, como as pérolas, dão. E quase todo mundo come camarão, um bicho que vive no fundo do mar, como as ostras, comendo restos de comida velha, merda de outros peixes e "filtrando" o oceano. mas a maior parte das pessoas não come língua de vaca. Uma língua que é tratada a base de ração e, no máximo, capim gordura, mas que é considerada nojenta pelos apreciadores de camarão, ostras e pérolas porque o boi fica ruminando. Ninguém compraria a pedra na vesícula de um vizinho, ia achar nojento e de mal gosto pendurar aquilo no pescoço. mas compra a pedra de vesícula de ostra e exibe por aí. Isso porque uma pérola é bonita e brilhante. O que costumam dizer é que, mesmo a ostra sendo um bicho escroto como é, feio como é, nojento como é, consegue fabricar uma coisa linda, como uma pérola. No meio das coisas mais feias, ainda assim, pode existir a beleza. E pra conseguir essa beleza, criadores de ostra inserem, na mão, abrindo a ostra à força, um objeto estranho, para que a ostra produza uma pérola e as pessoas possam comprar. Fazendo uma pedra de rim forçada nas ostras. Ostra não reclama, não sente dor, não liga pra isso. Por isso, foda-se. O que não pode é comer boi, porque boi, quando morre, grita. E bicho que grita merece dó. E comer carne é coisa de filho da puta, já que mata o boi e o boi berra. Pra caralho. E sangra. Ostra não. Porque ostra não sangra e nem morre. Ela só tem uma pedra no rim, é retirada, colocam outra, é retirada, colocam outra. Muito melhor que tirar a vida do boi. Que grita.<br />É partindo desse princípio que existe a pesca esportiva. Que é um dos esportes mais hipócritas que se tem notícia. Embora todo mundo ache que esporte filha da puta é a corrida de touros ou as touradas, quando matam os bois. Como eu disse antes, os bois gritam, e isso é foda. Peixe não grita. É injusto enfiar espadas nos bois, porque eles ficam lá gritando, sendo feitos de idiotas numa arena, em que entram para ser enganados por um toureiro.<br />A pesca esportiva, por sua vez, é muito mais humana com os animaizinhos marinhos. Você não engana o bicho, nem faz ele de idiota nem é sádico com o peixe. O que se faz é colocar uma isca falsa, que imita a comida dos peixes, aproveita que o peixe tá com fome e resolve comer. Quando ele morde, toma uma injeção na gengiva e é fisgado pelo anzol. Normalmente o anzol tem um uma ponta próxima a uma flecha, o que faz com que ele entre mas não saia, assim o peixe pode ser fisgado. Quando ele é retirado da água, fica na mnao do pescador, sem respirar, obviamente, enquanto ele fotografa o peixe e, com um alicate, puxa o anzol na direção contraria (aquela que eu disse que não saía) e devolve o peixe pra água, dizendo " nada, bonitão". Isso sim é esporte politicamente correto. Não machuca o naimal, pelo menos nunca ninguém ouviu o peixe gritando como grita um boi numa tourada ou num abatedor.<br />A pesca, inclusive a esportiva, é um esporte normalmente praticado por japoneses. Japoneses vivem numa terra rodeada por mar. E por isso eles valorizam muito o mar. E os peixes. E os camarões. E as ostras. E as pérolas, consquentemente. Os japoneses acham bonito o que a pérola é para o mundo. A prova de que coisas muito bonitas podem sair de lugares muito feios. O que é a base do amor japonês à flor de lótus, adorada por 100% das religiões orientais-japo-nipônicas, que nasce no mangue formado pela água do mar e barro: de um lugar feio e fedido, nasce a mais linda das flores, provando para eles que a vida pode existir mesmo nas situações mais difíceis, e mais, ser uma coisa bonita.<br />Bonita como a pérola, a doença de um animal sem importância mais cara do mundo. E como flor de lótus. A flor que nasce no barro mais importante da religião mundial. E como um camarão. O bicho nojento mais adorado pelas pessoas.<br />Filho da puta, de verdade, é quem come carne. Sorte do boi que consegue emitir sons.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6908388126780148112.post-22892017103507576052007-08-17T12:12:00.000-03:002007-08-17T14:01:27.694-03:00Tatuagem e história da hipocrisia explicativa do século XXIO cientificismo é uma praga só comparável à religiosidade e à fé. O grande problema dessas duas coisas é que são muito próximas. Enquanto alguns não acreditam em nada que não seja comprovado cientificamente, os outros acreditam em tudo que tenha relação com um possível milagre ou explicação espiritual/mística. Esse negócio acabou trazendo para as pessoas a necessidade de entender o que acontece, de explicar o que acontece ou porque as coisas são feitas. é daí que surge coisas escrotas como o Feng Shui, que quer dar uma explicação cientifico-mística pro fato da sua poltrona estar virada pra televisão. Só que chega o cientificista e diz que não, a poltrona está virada pra lá porque é ergonomicamente interessante, sendo que a televisão está em posição contrária ao sol que entra pela janela, na maior parte do tempo.<br />A mania de ver ou inventar sentido pras coisas faz com que a Núbia de Oliveira, uma mulher que só soube ficar pelada durante toda a vida, mude de nome pra Núbia Óliiver, com dois "is". Porque, numericamente, a soma dos cabalísticos das letras do nome dela faziam mal para a carreira. Sendo que depois que ela mudou o nome, nem pelada mais ela conseguiu ficar. O excesso de explicação faz profissões novas surgirem, como os Feng Shuístas, as pessoas que fazem massagem e etc.<br />Um nego que faz massagem jura que mexendo no teu braço, você caga melhor, já que no braço se encontra o "meridiano do intestino". Eu ainda acho que funciona como um bife, você amassa e ele fica mais mole. Pronto, gostoso e sem frescura.<br />Nem tudo na vida precisa de sentido, pois algumas coisas acontecem, simplesmente, e não precisam nem possuem explicação. Mas é impossível dizer que vai fazer uma tatuagem e a pessoa não perguntar: "e o que que você vai tatuar? Tem que ser alguma coisa que te represente, né??"<br />Foda-se, o importante não é isso. Eu posso tatuar o desenho que quiser, se quiser fazer um ursinho carinhoso isso não me faz pior ou melhor do que desenhar uma velha sendo estuprada. Não me faz mais bonzinho nem mais malvado. É só um desenho na pele. Não precisa ser algo que me represente, ou você acha que daqui a 60 anos o que te representava hoje vai continuar te representando?<br />E aí vem um filho da puta e tatua Paz, Amor, Carinho ou outra coisa desse tipo no braço, escrito em alfabeto japonês. Em japonês por que? O cara nem é japonês, porra. Tatua em japonês por que tem vergonha de tatuar "amor" em português? Então não tatua. Tem também aqueles toscos que fazem tatuagem de versos da bíblia, de santos, de Jesus e etc. Bonito, mas continua sendo um filho da puta com todo mundo, fazendo merda e o caralho por aí. A tatuagem representa alguma coisa?<br />Hipocrisia do caralho.Monohttp://www.blogger.com/profile/02621595428911640332noreply@blogger.com1