Um blog sobre coisa alguma.

14.3.07

Aquecimento global e a filosofia ocidental recente em amostra grátis.

Logo pela manhã já tenho que ler uma porra dessas. Esse jornal já não é mais o mesmo. Quando eu escrevia por aqui as coisas eram bem diferentes. Nada de notícias sem fundamento, a não ser as esportivas. Esporte é mesmo um saco, compete-se por muito pouco. Talvez dinheiro. Dinheiro não é o importante. O importante é sexo. É pra isso que o mundo funciona: sexo. Quem trabalha por dinheiro ta colocando algo no meio, entre o desejo interno natural e intenso e o sexo. O dinheiro entra em cena para comprar o sexo. Ou coisas que levem ao sexo. Um carro não é um meio de transporte. Se fosse, todo mundo queria comprar um fusca, barato, funciona e te transporta. Mas todo mundo quer um BMW. Pra ter sexo. Quem você come com um fusca e quem você come com um BMW?
Difícil falar em aquecimento global sem pensar em sexo, embora, segundo a igreja católica, o aquecimento global acabe com qualquer possibilidade de sexo. A igreja não deixa haver sexo, exceto para a reprodução. Quem vai querer ter um filho que vai morar na avenida Paulista em uma casa a beira-mar? Nenhum católico de verdade vai fazer sexo. Não pode reproduzir, não pode transar. Só quem vai transar é padre pedófilo, e com menininhos, porque corre o risco de uma menininha levada e precoce resolver menstruar com 9 anos e, aí, bau-bau carreira de clérigo.
Já o resto da humanidade que não for religiosa ou não ligue para o uso de camisinha, esses sim vão transar como loucos. O clima quente, as roupas curtas, os biquínis pequenos e o sexo rolando solto. No Brasil isso é até normal, mas na Islândia não é normal ter uma bundinha de fora e 30º à sombra. Lá a coisa vai ferver, com perdão do trocadilho ridículo. Quando eu trabalhava nesse jornal idiota eu não podia fazer esse tipo de trocadilho.
Quando viajamos para o interior de São Paulo vemos grandes planícies intactas, sem casa, sem ninguém pra morar. Vemos espaços maiores do que a cidade de Santos, ou pelo menos, suficientes para abrigar toda a população litorânea do Estado. Quando o mar subir, é só mudarmos o povo pra cá e para o cenário do Senhor dos Anéis, montanhas geladas e longe de mares e rios. E o sexo rolando solto nas colinas. Tirando o Japão, onde caixa de sapato é apartamento, muitos países possuem espaço de sobra. É uma questão de se adaptar. Talvez a Holanda suma, ou eles façam diques mais altos. Também, se sumir, qual o problema? Holanda só tem mulher loira, homem loiro e maconha liberada em alguns bares. Quem vai sentir falta? Que suma. Loira por loira, as suecas são mais bonitas, e pensando em sexo sem limites no calor do mundo, prefiro mesmo as Suecas.
Incrível como conseguem transformar a vida das pessoas em um inferno sem razão. O aquecimento global é uma realidade, mas pergunta pros mamutes se durante o final da era glacial tinha o Cid Moreira fazendo voz grossa pra alarmar a população sobre os riscos do mar bater na porta de casa? Os mamutes morreram muito mais tranquilamente do que nós vamos morrer. Nós já estamos brigando, gritando e nos desesperando muito antes do calorzão chegar. Os mamutes morreram despreparados, como todo bom morto. Quando uma pessoa está no hospital, já dada como morta pelos médicos, mas o infeliz insiste em continuar vivo, nós temos pena. Coitado, sabe que vai morrer e não morre. Quando um cientista fala “o aquecimento global vai matar a todos em 40 anos, inclusive o Al Gore” nós achamos que ele é um grande cientista, que está ajudando as pessoas a se prepararem. A situação é a mesma, sabemos que não temos salvação, mas continuamos lutando contra isso. Se fôssemos como os mamutes, teríamos uma vida mais feliz. Na hora de morrer, simplesmente morreríamos. Agora, viveremos mais 40 anos esperando pela hora de morrer, que já sabemos qual é, mas ainda teremos que fazer aquela cara de surpresa quando abrirmos a porta de casa e não conseguirmos olhar para o sol sem ficarmos cegos. A única vantagem de sabermos que vamos morrer em 40 anos é aquele sexo que estávamos falando. Sabendo que vamos morrer mesmo, nem precisamos de camisinha. Se pegar uma doença, pegou. Morrer é o máximo que pode me acontecer. Calor, sexo sem camisinha e muita pílula. O aquecimento global é capaz de transformar o mundo numa gigantesca kombi hippie. Os católicos só não vão se entupir de pílula e esquecer a camisinha e o fato de terem que engravidar porque terão medo de morrer de calor e não poder entrar no céu.
E tudo culpa das chaminés. Das fábricas, porque as chaminés de casas – que não existem aqui no Brasil – são boazinhas, pois servem de entrada para o Papai Noel. Mas as chaminés das fábricas matam o mundo com sua fumaça preta. As pizzarias também. A cada pizza vendida deveriam plantar uma árvore. Assim gastavam uma lenha e faziam nove lenhas novas, para o fogo acender. Falam tão mal dos Estados Unidos, mas eles são os únicos a fazer pizza em forno elétrico, como pode ser conferido na Pizza Hut. Elimina enormemente a fumaça e o gasto de lenha, fim das florestas, carbonos e todas essas coisas relacionadas a pizza.
O certo é que no futuro estaremos todos transando sem camisinha esperando o sol queimar nossas peles e nos drogando como loucos pra tentar esquecer a verdade e nos sentirmos como os mamutes. Quase ao fim dos anos 2000, estaremos exatamente no mesmo ponto onde estávamos em 1970. Só que antes, eram as bombas que poderiam acabar com o mundo. Inclusive, dizem que uma bomba atômica bem jogada causaria uma nuvem de poeira que impediria o sol de bater na Terra por alguns anos. É uma possibilidade para fugir do aquecimento global. Umas bombinhas bem posicionadas, aquele guarda-sol artificial de pó e terra e uma vida feliz e fresquinha.
Realmente voltamos aos anos 70. Anos em que a vida podia acabar a qualquer momento, como agora. Anos em que o sexo era a razão de existir de muitas pessoas, como agora.
Minha mulher acordou. Oba, acho que vai rolar sexo.

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