Um blog sobre coisa alguma.

3.8.07

O mundo da putaria é foda.

Quando eu digo que trabalho com publicidade, muita gente comenta que não conseguiria trabalhar com isso porque sempre precisa de idéias novas, que todos os dias você tem que inventar coisas diferentes, etc.
Eu acharia mais normal que as pessoas se assustassem com isso se eu trabalhasse com pornografia.
O mundo da pornografia é uma usina de idéias, uma fábrica de novidades, e tudo porque esse segmento se baseia no que não é comum, nunca visto.
Se formos buscar as origens da pornografia (e vejam que a origem da putaria é muito anterior) sabemos que existiam gravuras de cenas de sexo já em Roma e Pompéia. e até uma figura alemã de mais de 7000 anos, representando um trepadinha rápida e nórdica.
O fato é que a pornografia segue o ser humano.
Inventaram o desenho, um homem desenhou putaria. Inventaram a fotografia, no dia seguinte havia uma foto de mulher pelada. Inventaram o filme e os irmãos Lumiére correram pra casa fazer o primeiro filme amador caseiro de sacanagem. Faz parte do comportamento e da cultura do homem. Porém, só nos anos 70 é que a indústria pornográfica ganhou caráter industrial real. E e a partir daí que se torna mais difícil trabalhar com putaria.
Quando era um homem das cavernas pintando uma peludinha, tudo bem, mas quando se precisa agradar os outros, as coisas complicam.
A maior revolução da indústria pornô foi o video-cassete. A partir daquele dia, todos poderiam ter sua própria coleção de putaria em casa, e essa seria discutida pelos adolescentes, que roubariam as fitas dos pais, tios, amigos e se deleitariam com as cenas.
Nessa época surgem os primeiros sucessos, os grandes atores, literalmente, e a vida começa a fuder, metaforicamente.
A pornografia, como disse antes, é baseada no incomum. Pra explicar qual a dificuldade do diretor de filme de putaria, podemos olhar os classificados do Metrô News: Angela orl até o fim. anl/vgnl com dotado. Faço o que sua mulher não faz.

Esse é o problema, O filme de putaria só é assistido porque as pessoas vêem, ali, o que elas não estão acostumadas.
Fazendo um levantamento histórico baseado em memória visual, a gente sabe que na década de 1970 surgiram os primeiros atores de pau gigante do mundo. Claro, ninguém, ou pouca gente, estava acostumada a ver paus enormes. então todo mundo corria pra comprar os filmes pra ver, discutiam se era real ou não. Aos poucos, todo mundo que tinha um pau enorme começou a querer ser ator pornô. e isso se tornou comum.
Um rapaz, muito sagaz, deve ter pensado. Beleza, pau grande todo mundo já viu, mas e se a gente colocar mais uma mulher na cena? É difícil isso acontecer na vida real. Ok, temos aqui o começo dos filmes com duas mulheres, um cara que é servido por duas gostosas, com aqueles peitos moles dos anos 80. Mas é claro que a sociedade também vai evoluindo e o ménage a trois fica um pouco mais comum, principalmente entre quem gosta de putaria. O que fazer? Se todo mundo está transando a três, esquece isso. Quero saber quantos estão fazendo sexo anal, porque isso é incomum. Todos os filmes começam a ter a frase "contém cenas de sexo anal" e a indústria vende aos montes, nunca tinham visto aquilo. Surgem dúvidas existenciais: mas tem lubrificação no cu? Não dói? Cabe? Depois disso ela começa a cagar sem perceber? Talvez as mulheres só tenham começado a dar o cu para os maridos há menos tempo, mas as putas logo descobriram que sexo anal era certeza de venda. O que fazer agora que sexo anal é comum? Um diretor gênio lembrou do ménage a trois, mas agora que sexo anal existe, por que duas mulheres e não dois homens? A dupla penetração marcou uma virada na história do cinema pornô que nem a tripla penetração ou o candelabro italiano conseguiriam. Dois homens e uma mulher, milhares de homens convenceram as esposas a fazer com o melhor amigo deles, ou delas, ou o amante que se revelou um ânimo pro casal.
E haja cabeça pro diretor pensar em que fazer agora que todo mundo dava o cu pra um, dois ou três, e os caras tinhamum ou duas mulheres na cama, e isso era normal. O que era estranho, na verdade, era sado-masoquismo. E isso vendia bastante, porque tem muita gente estranha escondida com uma máscara de normal por aí. Ninguém, exceto aquele diretor, percebeu o nível da sacanagem contina do no mundo. E os filmes de bondage, sado e etc venderam aos milhares. Até que isso caiu na boca do povo. E o povo caiu de boca nisso. Sex shop virou sinônimo de chicotinho.
O que precisa ser entendido é que ninguém compra um filme pornô pra ver o papai-mamãe. O povo compra pra ver o que não tem em casa, digamos assim.
E chicotinho ele já tinha, vela, cera quente e pregador de roupa nos mamilos também. Então, não compravam mais filmes desses. Mas talevz eles comprassem um filme que entrou para a história e para o livro dos recordes: a tentativa de bater o recorde mundial de fodas. Milhares de homens, em fila, mantendo sempre uma certa distância, esperando a hora de transar com uma mulher desconhecida que dizia que aguentava transar com mais de cem. Na época, ela ficou conhecida e assada, e ganhou seu nome na história. Mas logo depois várias outras fizeram o mesmo, e venderam muito. Mas, como se sabe desde que o swing existe, fazer sexo com um monte de gente não é tão estranho assim. Os filmes de suruba, que chegaram a fazer sucesso não são tão estranhos assim, então isso caiu logo no esquecimento.
Sempre atento a tudo, o diretor percebeu o quanto as pessoas gostavam de contos eróticos. E isso envolvia filmes pornôs com roteiros. Uma coisa estranha, sendo que só a putaria valia, mas a cabeça dos homens pirava quando eles fingiam que a menina era virgem, que ela era casada e traía o marido, que ela nunca tinha feito sexo anal, que ela estava envergonhada e com medo mas não tinha resistido a tudo aquilo. Ou seja, roteiros bizarros, sem nexo e, acima de tudo, paródias como o Penetrator 2, com um clone do Schwazza.
Já tinham usado um monte de gente, com chicotes, em situações diversas, em todos os lugares permitidos, o que mais faltava?
Um rapaz pensou que talvez faltasse a sujeira do cocô, do xixi e etc. Não venderam tanto, ams abriram um novo leque para várias pessoas que gostavam disso.
- Então vamos usa aberrações, anões, deficientes e hermafroditas.
- Isso atraiu alguns, mas não era tão legal assim.
- Saco, merda.. vamos pegar uns travecos então.
- Opa... traveco muita gente gosta. Se não gostasse, eles não dominariam as ruas nas madrugadas. E que tal pegar aquele traveco da casa dos artistas?
- Perfeito, meu jovem diretor, isso é que é visão de negócio.
- Aliás, eu pensei em mais uma coisa.Tem um povo que já fez sucesso há algum tempoe tá na merda, sem dinheiro, essas coisas. E se eles topassem fazer um filme pornô, agora que a pornografia é mais aceita pelo povo?
- Caralho, você é um gênio. Mas quem você tem em mente?
- Sei lá. Que tal o Alexandre Frota, o matheus Carrieri?
- É uma boa. É capaz que as mulheres comecem a comprar os filmes, além dos homens. Até porque nenhum homem deve querer ver o pau do Frota.
- Porra, então pra compensar, vamos chamar umas gostosas também. Ou ex-gostosas. Que tal a Rita Cadillac?
- Perfeito.
- E se ela vem, a Gretchen vem também.
- Genial.
- E a Regininha Poltergeist? ela era gostosa no meu tempo.
- Porra, a gente vai foder com esse mercado. Vamos ganhar dinheiro pra caralho!


E a gente nunca sabe se as pessoas mudam seu comportamento por causa dos filmes pornôs, ou se os filmes pornôs mudam porque o comportamentos das pessoas mudou.

Os desdobramentos dessas putarias pode ser visto no Mercado Livre, em que há pessoas que vendem calcinhas usadas para tarados por esse tipo de coisa.
Pois é.
E assim caminha a putaria pelo mundo.
Criação, criação de verdade, passa longe das agências de publicidade. Criar filme pornô é que é foda de verdade.





Pensamento filosófico.

A pornografia consumida em um país é um retrato daquela sociedade. Um nu artístico, mas um retrato.

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