Um blog sobre coisa alguma.

24.9.07

Ong, bondade, dia sem carro e o transporte coletivo da terceira idade.

Quando eu chego no tatuapé, saindo da minha casa em Pirituba, tenho certeza de que um veículo automotor é a coisa mais fantástica que o homem inventou. 30 kilômetros em 25 minutos caso a marginal não esteja completamente lotada, como estava no sábado, o dia mundial sem carro.
Mas carros poluem, pois, como tudo que é bom na vida, tem um lado negativo. E a poluição faz o planeta esquentar e o nível do mar subir e a poluição descer e as doenças respiratórias crescerem e a qualidade de vida diminuir e o número de mortes disparar e o número de pessoas vivas cair e a depressão das pessoas aumentar e as pessoas com coragem pra sair de casa diminuir e o número de carros nas garagens crescer e o trânsito ficar menor e a velocidade das pessoas no trajeto casa/trabalho ficar maior e aí poluição diminuir e o mundo ficar mais feliz.
Pra acelerar esse processo e não passar pela parte das inúmeras mortes e depressão coletiva, inventaram algumas coisas no mundo, nem sempre relativa aos carros.
Uma das coisas foram as ONGs. Ongs foram entidades que não tinham relação com o governo e por isso podiam falar mal do governo e fazer as coisas que queriam, inclusive enriquecer seus donos. Aliás de uns tempos pra cá, ter uma ONG virou uma coisa bonita, pois todo mundo queria montar uma ong e resolver os problemas do mundo e de seus bolsos.
E o que antes era apenas uma pessoa que ajudava os outros, de repente, virou uma ong. Porque as pessoas confiam em dar dinheiro para uma ong de uma pessoa só que ajuda os outros mas não confia em dar dinheiro para uma pessoa que só ajuda os outros mas não é uma ong. Até que um dia as ongs resolveram pedir ajuda para o governo, podendo assim fazer pelas pessoas o que o governo não faz e usar o dinheiro do próprio governo para fazer isso, ou seja, o governo terceirizou a ajuda ao cidadão e, ao mesmo tempo, terceirizou a corrupção. Formando as primeiras organizações não governamentais (que eles dizem que deve ser escrito com hífen) ligadas ao governo. Teve até CPI das ongs.
As ongs são antros de naturebas chatos pseudo-revolucionários com idéias engajadas e etiquetadas que podem ser vendidas por preços baixos. Tudo que você disser será combatido com a idéia de que você pode fazer sua parte para melhorar a vida das pessoas. É, acima de tudo um povo preocupado e chato. Preocupado com o bolso deles e chato com você.
mas alguns são bem intencionados. Normalmente são esses que falam com você e tentam te convencer de que é tudo legal e que o cara que é chefe não está roubando dinheiro de ninguém.
Sábado foi o dia mundial sem carro. Uma idéia para conscientizar as pessoas a não usar os carros e poder fazer seu transporte à pé, de bicicleta ou patinete. E o dia de maior trânsito na marginal durante um final de semana. Claro que parte disso é porque o povo é preguiçoso, como sempre digo, mas o que eu realmente acho e que é fácil falar pra ninguém usar carro. E defender que o mundo sem os carros seria muito melhor, e que em dois carros, onde normalmente andam 2 a 3 pessoas, cabe um ônibus, onde andam 40. E que é muito melhor ir de ônibus.
Eu concordo. Todo dia eu venho trabalhar de ônibus. É muito mais barato. Mas eu gostaria de colocar o cara que inventou o dia sem carro dentro do meu ônibus 1 dia, pra ele perceber como as coisas funcionam no transporte coletivo que ele defende.
Ao chegar no meu ponto, 3 pontos depois do terminal, já não há lugar para se ir sentado. Você vai em pé e, como o ônibus anterior passou há mais de 15 minutos, os pontos estão todos cheios. O ônibus pára em todos os pontos e espera as pessoas entrarem, encherem o ônibus e reclamarem. Não existe ponto vazio. Não existe ônibus vazio. Mas é muito melhor que carro. Dia mundial sem carro, é assim que o mundo deve ser. Vamos pegar ônibus.
Depois de 2 horas eu chego na avenida paulista.
De carro, levo no máximo, 40 minutos.
Mas é bom, você vai vendo o sol nascer durante o tempo em que podia dormir.
Eu juro que não me importo, não acho ruim, estou tranquilo quanto a isso, o que me irrita é ter um nego natureba pseudo-revolucionário dono de ong, que não tem porra nenhuma pra fazer da vida, que acorda meio dia pra ir trabalhar em casa mesmo, defender que se pegue ônibus numa cidade como São Paulo, onde o transporte coletivo não funciona.
Principalmente porque o transporte coletivo só funciona pros velhinhos que, de 36 lugares sentados, têm direito a 12. E eles exercem se direito sobre os 36, embora eles tenha direito a 12. Eles sentam em todos os bancos, e são corporativistas, porque, caso entrem em um ônibus vazio, eles sentam nos lugares normais, guardando os lugares de velhinhos para outros velhinhos que estejam saindo do bingo na mesma hora. E velhos acordam cedo, assmi como quem trabalha, por isso dividem espaço com os que trabalham, nos horários de pico. Porque os velhinhos sempre precisam sair de casa por volta de 6h30, 7h00 da manhã pra pegar ônibus. E deixar o ônibus, que antes era lotado e fedido, lotado e cheirando talco.
eu não tenho nada contra os velhinhos, longe de mim, afinal, tem uma ong de proteção aos velhinhos que pode me processar se eu disser isso, além deles terem ótimas relações com o governo, mas será que os velhinhos precisam fazer excursões nos horários de pico e atrapalhar ainda mais um ônibus lotado, quente, parado no trânsito e que demora 2 horas pra chegar no destino?
A minha única dúvida é:" eu posso fazer o Dia Mundial Sem Velhinho no Ônibus?
A população está envelhencendo, dirão os politicamente corretos, e precisamos aprender a lidar com os idosos pois eles já fizeram muito por nós.
Muito legal, e eu faço questão de dar meu lugar para qualquer velhinho sentar no ônibus, desde que seja entre 8h30 e 17h30 e entre 19h30 e 6h30.
Mas não posso fundar uma ong pra fazer isso. Ong tem como objetivo tornar a vida das pessoas mais difícil e fazer com que o máximo possível de pessoas se sinta culpada.
Ter uma ong é ser perdoado de todos os pecados que você comete simplesmente pelo esboço da boa ação. Mesmo que, no fundo, você não faça nada de bom por ninguém. Nem pelos velhinhos que tomam os ônibus nem pelos mais novos que chutam os velhos de lá pela janela.

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