- Ela trabalha no escritório como se fosse uma vagabunda, Waldir, falo-te a verdade, meu amigo.
- Não zombes de mulher dos outros, Loiola. Por mais talentoso que sejas com as pequenas.
- Pois aposto que não é virgem!
- Abandonara o marido?
- Não Waldir, claro que não. Pois não te disse? Vai ao escritório com decotes de enrubrecer o mais cafajeste dos cafetões. E umas saias, meu amigo, e umas saias.... tão curtas que poriam o Papa em pecado.
- E o que fazes?
- Olho. E como olho. Mas só posso olhar. Sou casado, Waldir. Sabes que respeito minha mulher.
- És casado mas não és de ferro, homem. Sua mulher não saberás, Loiola. Está trancada naquela baleia há anos, não quer saber de teu trabalho.
- E como posso dizer à pequena que o meu interesse é simplesmente esse? Não levarás dois dias para azucrinar-me a vida e tirar-me a paciência.
- Mas vale a pena, Loiola. Ouça o que te digo: Mais vale um abraços de coxas novas que a eternidade entre a carne velha.
- Vou embora Waldir. Resolverei esse assunto com a pequena. Esqueça nossa conversa, amigo.
- Vai, aposto que não resistirás muito, teu corpo de homem sobrepujará tua cabeça de padre.
Loiola passa a noite em claro, pensando no que acabara de conversar. A mulher dormia quando ele chegou. Não possuía filhos. Na verdade não possuía nem mesmo a mulher havia alguns anos.
- O Waldir deve ter razão. Ela não vai desconfiar. Está aqui dentro há anos, mal sabe o que faço. E não quer saber. Eu ainda estou vivo, porra. E não será ela a matar o que há em mim pulsando. Ah, essa pequena não perde por esperar. Ficou tanto tempo esperando, agora vai ter o que merece. Ah se vai.
No dia seguinte, foi ao escritório. Perfumado, alisado, alinhado e engomado pra brincar com Juraci. Ela chegou como sempre, decotada, cheirosa, cheia de graça e com uma saia curta. Loiola olhou-a com desejo, no que foi prontamente retribuído. – Pois aposto que não é virgem – pensou. Ela se abaixava para pegar os documentos na gaveta, deixando os seios à mostra. Ele passava por trás dela roçando em suas costas e ela suspirava.
– Mas que bela raba! - exclamou.
Ela olhou assustada.
- Espere, senhor Loiola. O senhor está me entendendo mal.
Ele cortou logo aquele papinho frouxo, rasgando seu vestido e colocando as mãos firmemente em suas nádegas. Excitava-se com os gritos e a força daquela mulher.
Há muito tempo não sentia aquele prazer. Juraci tentava se livrar, mas ele tentava entrar de qualquer forma.
- Você é uma puta. Uma puta, sim. Uma vagabunda como você não se assusta com o que tenho entre as pernas, não é?
Virando-se para ele, Juraci respondeu:
- Não, Senhor Loiola. É até menor do que o meu.